Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados
Você atingiu o limite de
5 reportagens
5 reportagens
por mês.
Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login
As câmeras estão por toda parte. De segurança a celulares. Transbordam as transmissões ao vivo pelas redes sociais, as chamadas “lives”. Em instantes a sua imagem está difundida. É vista até pela tia do Batman! Mas, no início dos anos 1980, não tinha nada disso. Filmagem ou fotografia eram para poucos.
Sem câmeras para vigiar, os garotos Sandro e Chafi jamais poderiam imaginar o que o futuro lhes reservava. O ano era 1983. A dupla de amigos, completamente apaixonada pelo Corinthians, fazia de tudo para conseguir ver Sócrates e companhia.
Uma das artimanhas dos meninos era chegar cedo ao Pacaembu. Eles se misturavam aos garotos da base do Timão e entravam sem pagar, ainda nas partidas preliminares. Amigos de ginásio, Sandro e Chafi cursavam a antiga sétima série no Fidelino Figueiredo, na Vila Buarque. Para ir aos jogos, burlavam a rígida vigilância dos pais dizendo que faria trabalho escolar na casa do outro.
Certa feita, enfrentaram uma chuva torrencial no Morumbi. O Coringão ganhou partida decisiva pelo Paulistão-83. Após a peleja, os meninos pularam o alambrado. Correram pelo gramado até alcançarem o vestiário. Viram os craques de perto. Sandro ganhou uma enlameada camisa de Biro-Biro, que logo foi resgatada pelo lendário massagista Rocco _naquela época, não abundavam camisas.
Tudo parecia bem. Mas, no dia seguinte, os garotos apareceram na TV Cultura. Como papagaio de pirata, a dupla foi flagrada tietando os ídolos durante reportagem de vestiário exibida no “É Hora de Esporte”, principal telejornal esportivo daquela década. A repercussão foi imediata. Os pais se conectaram pelo telefone. Levaram gancho das famílias. Mas o Timão foi campeão naquele ano.