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Toda criança sonha entrar para a história, fazer escola. Da pré-escola à faculdade, de Norte a Sul, em qualquer cidade, o objetivo do pai é ver o filho se formar. E se firmar como gente. Informação e instrução, no colégio e no lar, são os nossos esportes. Privilégio verde-amarelo! Mas nem todas podem. Se assim fosse, que maravilha, seria lindo, belo. Antes fosse verdade…
O problema é que é tão falso quanto o diploma de quem deveria zelar, mas, todo dia, joga nossa educação na lona. Dizer que escola é direito de todos flerta com mentira deslavada, sacrilégio. Como qualificar o autointitulado país do futebol em pátria educadora. Ironia que, levada à vera, vira cegueira doentia. Há quem, desgraçadamente, precise trocar o quadro negro pelo gramado e viver só de jogar bola. O correto, óbvio, seria os dois mundos conviverem em paralelo. Não é fácil ser talentoso e, desde muito criança, na mais remota lembrança, viver só para brilhar e sustentar a marra paternal. Não progride quem desconhece limite. Ser paparicado e mimado é duro, ora, bolas. É preciso talento para jogar tanto talento no lixo. Haja desperdício. Quem não queria fazer fusquinha no recreio? Devaneio… Vida normal. Saudade do que não viveu… Ai, ai, ai, ai, duro é ser paparicado pelo papai. Que se comporta como filhinho, irmãozinho. Pai que é bom pai não tem a paternidade como profissão. É missão. Papéis invertidos não ajudam. Ao contrário, deseducam. Prejuízo travestido de proteção. A vida não é só ginásio. E tem idiota querendo tirar a obrigatoriedade da educação física e pregando contra a filosofia. A matemática mostra, desde antes dos absurdos cortes na educação, não haver escola para todos. E tão difícil quanto viver para jogar futebol é ser rico. E miserável de repertório. Privilegiado é quem não chama atenção na multidão e (sobre)vive como todos. Com carinho, mas cobrança, desde criança. “Não é não”, aprende-se na prática. E se achar ruim ainda escuta um monte do pai para aprender a ser homem. O difícil não é fácil. Ser mais um na multidão, às vezes, é um alívio. Impossível para quem vive com o objetivo narciso de ser o número um. Aí tudo repercute, vira sacode. Dinheiro é bom, mas não compra tudo. Nem educação. Porque nem tudo pode. É a lei.