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Diz o ditado que o ano brasileiro começa depois do Carnaval. Não é o caso do futebol "profissional". E o pior do Brasil nem é o cretino calendário do futebol brasileiro. Futebol que, parado no tempo, deu o pontapé inicial em janeiro.
Temporada que, como a folia soteropolitana, não tem dia nem hora para acabar. E não para nem no Sábado de Carnaval. Marcha do atraso mal organizado antes, durante, doravante a festa momesca.
Sigamos adiante. Jogo hoje? Preferia ver a popozuda Valesca.
Beijinho no ombro. O calendário está à altura de tudo que é ruim no futebol brasileiro. Ontem também teve jogo que ninguém viu. Nos clubes, prejuízo no lombo. Amanhã? Tem jogo também e ninguém vai ver. E não é só porque é Carnaval. Já que o planeta bola, inclusive o ignorado pedaço brasileiro, parará para ver a Liga dos Campeões na terça e na quarta. Porque todo dia, em qualquer horário, tem público para o que é bem organizado.
Não é o caso da nossa realidade. Não adianta dar chilique só contra a patética arbitragem. Pobre, São Paulo, pobre, Paulista. Quem paga o pato? Hoje, em Barueri, é o São Paulo. Será que, enfim, tem gol de Pato? Tem gente que diz que o atacante que não marca gol é de graça, que o clube "só"paga o salário. Paga quando, claro, não atrasa. Coitados dos clubes, coitados dos empresários. Quem paga o Pato? Pobre, Fiesp, é muito dever para o coitadinho do rico empresário e muito direito para o trabalhador que não ganha nem para comer direito.
Pausa nos problemas. Tem futebol. Cachaça. Água Santa x Corinthians em Diadema. Pão, circo, festa na favela. Ganhe quem ganhar, não vai mudar a cotação do dólar. O que é bom para acabar com a festa danada de doméstica na Disneylândia.
Quem tem mais dinheiro é quem mais bate panela. Quem nunca teve para ir à Disney ainda é ironizado. Por pobres coitados que acham que são ricos. Mas estão mais próximos dos ganhos das domésticas do que dos empresários. E o idiota que vomita o preconceito classista ainda é elogiado pela claque acéfala e domesticada.
Fantasia tem limite. Carnaval tem data para acabar. E, ao contrário do cartão corporativo dos poderosos, tem limite. Não dá para levar a sério um país que "protesta" contra a corrupção vestindo o uniforme da CBF.