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Mundo Olímpico: A tecnologia melhora o esporte, mas é preciso impor limites

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São Paulo

Em 2006, o italiano Francesco Fabbrica criou o traje Jaked01 e revolucionou a natação mundial. Cobrindo o corpo inteiro do nadador com uma película impermeável de poliuretano, o uniforme não deixava o atleta afundar, o que resultou em uma profusão de recordes nas competições.

Com um traje da Arena, o brasileiro Cesar Cielo bateu os recordes olímpico (21s30) e mundial (20s91) dos 50 m livre e mundial dos 100 m livre (46s91), marcas que perduram até hoje.

Cesar Cielo festeja ao conquistar a medalha de bronze na prova dos 100 m livre na Olimpíada de Pequim-2008 com seu traje tecnológico - Satiro Sodré - 14.ago.08/CBDA

Após quatro anos, a Federação Internacional de Natação resolveu dar um basta e limitar o uso da tecnologia: o poliuretano acabou proibido e os trajes masculinos foram limitados a um bermudão até os joelhos, enquanto os das mulheres passaram a ser um maiô também até os joelhos.

A diferença foi sentida principalmente nas provas de velocidade no masculino, cujos recordes mundiais e olímpicos ainda são os de 2008 e 2009.

Movimento parecido promete ser travado na Olimpíada de Tóquio, de 24 de julho a 9 de agosto, e nos próximos anos. Mas no atletismo.

Dia 12 de outubro do ano passado, o queniano Eliud Kipchoge se tornou o primeiro homem a correr uma maratona em menos de duas horas (1h59min40s) em Viena, na Áustria. A marca é histórica, mas não conta como recorde por ter sido em um evento especialmente montado para ele bater a marca e não uma prova real.

O queniano Eliud Kipchoge cruza a linha de chegada para se tornar o único homem a correr os 42.195 m da maratona em menos de duas horas; graças ao seu tênis revolucionário - Alex Halada - 12.out.19/AFP

A grande diferença para ele atingir o feito estava em seus pés: o protótipo do tênis da Nike Air Zoom Alphafly NEXT%, com 5cm de uma sola com três placas de fibra de carbono e duas bolsas de ar que ajudam a impulsionar o corredor na corrida.

A World Athletics agiu rapidamente e limitou a peça a uma placa de carbono e duas bolsas de ar, além de  4 cm de sola, para ser usada nos torneios. A Nike, então, foi ainda mais rápida e, uma semana depois, já apresentou seu novo tênis nos parâmetros exigidos, que promete ser a vedete dos Jogos no Japão. Para desespero das marcas rivais, que não devem ter tempo de fazer um calçado semelhante para seus atletas.

Sebastião Claudinei Queiroz

47 anos, é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduado em Gestão de Marketing pelo Centro Universitário Senac e tecnólogo em Gestão do Esporte pela Universidade São Marcos. E-mail: claudinei.queiroz@grupofolha.com.br

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