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Mundo Olímpico: O efeito gangorra

São Paulo

Poucos são os esportes que conseguem ter sucesso no Brasil. Com exceção do futebol, que é religião, apenas o vôlei, como esporte coletivo, tem organização e renovação suficientes para se manter na elite mundial e lutar pelo pódio ano após ano. Tanto no masculino quanto no feminino.

Nas demais modalidades, a luta é bem mais complicada para entrar e continuar competitivo nos torneios internacionais. O último exemplo desse efeito gangorra é a seleção feminina de handebol. 

Alexandra comemora após marcar um gol na partida contra a Coreia do Sul, no Mundial de Handebol do Japão
Alexandra comemora após marcar um gol na partida contra a Coreia do Sul, no Mundial de Handebol do Japão - IHF/Divulgação

Em 2013, comandada pelo técnico dinamarquês Morten Soubak e liderada em quadra pelas craques Duda e Alexandra, que já foram eleitas melhores do mundo, a equipe conquistou o inédito título mundial.

Foi o ápice de um projeto da Confederação Brasileira de Handebol que mandou as jogadoras do país para atuarem em clubes da Europa. Deu tanto certo que foi formada uma base forte para chegar ao título.

Porém, nos anos seguintes, com o envelhecimento daquele grupo, a modalidade não conseguiu achar valores individuais do mesmo nível que mantivesse a seleção brigando lá em cima.

No Mundial de 2015, o grupo conseguiu chegar às oitavas de final. Dois anos depois, foi eliminado na primeira fase, assim como este ano. No torneio que está sendo realizado no Japão, o time, agora comandado pelo espanhol Jorge Dueñas, perdeu para Alemanha, Coreia do Sul e Dinamarca e empatou com a França, não tendo mais chances de continuar na disputa.

Tudo bem que todos esses rivais já foram campeões mundiais —a França é a atual—, mas o Brasil também já foi. Por isso, havia, sim, a expectativa de um resultado melhor.

No nível continental, a seleção feminina se mantém imbatível. Tanto que foi campeã pan-americana em Lima e carimbou a vaga na Olimpíada de Tóquio. Mas a disputa na Terra do Sol Nascente será do mesmo nível do Mundial deste ano.

Assim, a esperança é que Dueñas consiga fazer o grupo crescer e reencontrar o caminho do sucesso.

Sebastião Claudinei Queiroz
Sebastião Claudinei Queiroz

47 anos, é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduado em Gestão de Marketing pelo Centro Universitário Senac e tecnólogo em Gestão do Esporte pela Universidade São Marcos. E-mail: claudinei.queiroz@grupofolha.com.br

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