Descrição de chapéu Vigilante Agora

Farmácia de alto custo tem espera de 4 horas

Além da demora, pacientes relatam falta de três tipos de medicamentos nas unidades; na região do ABC, situação é boa

Fábio Munhoz
São Paulo

Pacientes que utilizam as farmácias de alto custo do governo do Estado, gestão João Doria (PSDB), chegam a aguardar mais de quatro horas para serem atendidos.


No último dia 9, o Vigilante Agora visitou seis unidades do programa Componente Especializado da Assistência Farmacêutica.

Vista geral da recepção da farmácia de alto custo do Hospital Mario Covas, em Santo Andre (ABC) - Rivaldo Gomes/Folhapress


Na Vila Clementino (zona sul), a farmácia localizada na avenida Doutor Altino Arantes é uma das que registra maior tempo de espera. A dona de casa Kelly Cristina Grec, 44, chegou às 11h30 para pegar medicamentos para o marido, que sofre de espondilite (uma doença inflamatória que atinge as articulações). Ela só conseguiu pegar os remédios às 15h10. “Às vezes eu venho aqui de madrugada para garantir que serei atendida logo cedo”, diz.


A unidade localizada dentro do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) Maria Zélia, no Belenzinho (zona leste) apresenta demanda elevada. O espaço interno da farmácia não comporta todos os pacientes, que têm de aguardar em uma sala de espera improvisada no corredor. Alguns, inclusive, ficam em pé enquanto não são chamados.


O padeiro Claudemir Joaquim Tomás, 45, levou três horas e vinte minutos para conseguir pegar o medicamento olanzapina, destinado para o tratamento de esquizofrenia. No mesmo local, dois idosos entrevistados relataram que é frequente a falta de um colírio para glaucoma.


No AME Várzea do Carmo, no Cambuci, o auxiliar de farmácia Vagner José Vieira, 29, disse ter demorado cerca de duas horas para pegar seu remédio, a ciclosporina, que utiliza para tratar psoríase. “Já cheguei a esperar seis horas”, relata.


No ABC, as farmácias apresentam boas condições, com tempo de espera que, em alguns casos, chega a ser de menos de trinta minutos. Em 2019, foram abertas unidades em São Bernardo e em São Caetano, o que distribuiu melhor os pacientes e agilizou o atendimento.


Em São Bernardo, porém, foi constatada a falta de pelo menos um medicamento, a galantamina de 24 mg, que é utilizada em casos de Alzheimer.

'ATENDIMENTO LEVA ATÉ UMA HORA E MEIA'

A Secretaria de Estado da Saúde, gestão João Doria (PSDB), informou que o tempo médio de espera nas farmácias Maria Zélia e Várzea do Carmo é de até 1h30. A pasta ainda destaca que essas unidades possuem serviço de agendamento prévio para maior conforto dos usuários.


A secretaria ainda afirma que os medicamentos em falta já estão disponíveis nas unidades. No caso da galantamina 24 mg, o desabastecimento ocorreu porque o Ministério da Saúde só entregou a metade da quantidade solicitada e com atraso.

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