Mundo Olímpico: Só os atletas pagam o pato com o novo piso do vôlei
Novo equipamento coloca jogadores em risco com escorregões
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A intenção pode até ter sido boa. Afinal, renovar os equipamentos esportivos é sempre importante, para manter a boa qualidade de jogo para quem realmente importa: o atleta. No entanto, a troca dos pisos dos ginásios das equipes das Superligas masculina e feminina acabou sendo um tiro pela culatra para a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei).
A mudança ocorreu para que o novo piso, da marca chinesa Enlio, tivesse as cores do Banco do Brasil, o patrocinador máster da CBV: amarelo dentro da quadra e azul no entorno. A princípio, tudo lindo. Porém, os problemas surgiram tão logo as competições tiveram início.
O primeiro foi que a linha que demarca a quadra é branca. A sobreposição sobre o amarelo ficou muito difícil de se ver. Em lances rápidos, então, quase impossível. Nesse caso, os juízes de linha é que sofrem para ver se a bola foi dentro ou fora. Essa questão está sendo discutida pela CBV e pelo fornecedor do material, o que deve mudar a linha para outra cor mais contrastante. No entanto, os problemas não param por aí. Muito pelo contrário.
O novo piso também possui uma característica peculiar. Em climas úmidos, como nas cidades litorâneas, ele se torna muito escorregadio. Já em regiões de clima seco, é o contrário: os jogadores não deslizam como deveriam. Nas duas situações, o que se viu foram muitas quedas e reclamações.
Por sorte, ainda não houve lesões graves relacionadas ao piso, mas a ponta Jaqueline, do Osasco, já teve motivos para esbravejar contra ele. Nas redes sociais, ela publicou uma foto de uma queimadura na região do quadril, provocado por uma tentativa de defesa. Até brincou dizendo que vai usar uma armadura nos próximos jogos.
“Gente, estou toda arrebentada já. Fui pegar uma largada, e o que aconteceu? Essa quadra nova, ela não desliza, ela queima você todinha. Vou ter que jogar de faixa, proteção nos braços, no corpo todo”, reclamou Jaqueline no vídeo, apontado para a queimadura no quadril. “Já vi várias jogadoras se machucarem. Quando está molhada ninguém consegue ver porque é amarela, e muitas não conseguem ver a linha dos três”, completou.
E mesmo nas quadras mais secas, o suor não aparece no piso amarelo, o que também provoca acidentes. Além de se concentrar no movimento da bola, o atleta agora também precisa olhar para o chão, para tentar não escorregar.
É sabido que a mudança da francesa Gerflor, fornecedora dos pisos no Brasil por décadas, para a chinesa Enlio foi por motivos financeiros, mas custava testar antes com jogadores brasileiros nas nossas condições climáticas?
A chance de voltar ao piso antigo é nula. Por isso, enquanto não se encontra uma solução paliativa, quem vai continuar sofrendo é o atleta. Como sempre...