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O Rio de Janeiro poderia amanhecer hoje completamente tomado do verde da esperança palmeirense em fazer a festa sobre o favorito Flamengo no Maracanã para brindar os palestrinos saudosistas, que lembram do show de 4 a 1 do Verdão de Telê Santana e Jorge Mendonça em cima do Mengo de Cláudio Coutinho e Zico no eterno 9 de dezembro de 1979.
São Paulo poderia pulsar hoje pintada de vermelho e preto, sitiada por flamenguistas de todos os lados, cantando o orgulho popular de ser rubro-negro, como aconteceu em 18 de outubro de 2009, no 2 a 0 com show de Petkovic no antigo Parque Antarctica, vitória que simbolizou a improvável arrancada do Flamengo para o título brasileiro e a derrocada alviverde, que despencou da liderança do campeonato para fora até da zona da Libertadores.
Não cabe o amor de todos os palmeirenses no moderno Allianz Parque. De dentro para fora da arena da WTorre, São Paulo poderia estar pintada de verde e branco nas ruas e bares no entorno, formando o popular "inferno verde" por toda Pompeia, Água Branca, Sumaré, Barra Funda, Lapa e adjacências.
Ex-maior do mundo, o Maracanã nunca comportou toda a nação rubro-negra. Mas, coração de mãe, no Rio, do Leme ao Pontal, do asfalto do Leblon ao alto dos morros, todos poderiam respirar hoje o mesmo ar dos ídolos do Flamengo. Flamengo que só é o Mengão porque é o amor de toda essa gente excluída (também) do futebol.
Corinthianos, são-paulinos e santistas poderiam abrir suas sedes para abrigar os flamenguistas da Terra da Garoa, medida que poderia ser espelhada por vascaínos, botafoguenses e tricolores em relação aos milhares de alviverdes exilados na Cidade Maravilhosa.
Poderia, deveria, mas não vai rolar porque o povo é figurante passivo do espetáculo.
A vida como ela é: quase a totalidade de rubro-negros que acompanharam toda a campanha no Maracanã e dos alviverdes que superlotaram o Allianz durante a trajetória não estarão presentes hoje no estádio Centenário. Os respectivos povos serão "representados" por uma minoria endinheirada, muitos, inclusive, que não vivem nem Palmeiras ou Flamengo.
Eduardo Galeano: "Nossa derrota esteve sempre implícita na vitória dos outros. Nossa riqueza sempre gerou nossa pobreza por nutrir a prosperidade alheia: os impérios e seus beleguins nativos". Até quando?