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Multidão enfrenta fila em busca de emprego

Mutirão do Sindicato dos Comerciários e da Prefeitura oferece 6.000 vagas

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São Paulo

Milhares de pessoas formaram nesta terça (26) uma fila gigantesca em frente ao Sindicato dos Comerciários, no vale do Anhangabaú (centro), em busca de uma vaga de emprego. Até sexta-feira (29), o sindicato e a Prefeitura de São Paulo promovem mutirão para quem busca se recolocar no mercado de trabalho. 

Segundo o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores) e do Sindicato dos Comerciários, Ricardo Patah, por volta das 7h30 já havia cerca de 15 mil pessoas na fila. Inicialmente, estão sendo oferecidas 6.000 vagas de emprego por 26 empresas recrutadoras. No total, há cem conveniadas com o sindicato. Até sexta-feira, haverá um rodízio de empresas para participar do mutirão.

"A conta da exclusão de vários anos de recessão quem paga são os municípios. As UBSs recebem mais gente, as creches têm mais fila, há mais solicitações de cesta básica", afirma o Prefeito Bruno Covas. Ele citou a importância da união da prefeitura com os sindicatos e as empresas para melhorar a condição de vida da população. "Não é só carteira de trabalho que gera emprego e renda. A prefeitura também fomenta empreendedorismo", diz.

Multidão se aglomera no vale do Anhangabaú (centro) em fila do mutirão do emprego - Rubens Cavallari/Folhapress
O cozinheiro Bruno Coutinho Dias, 42 anos, era o primeiro da fila do mutirão. Há quatro meses, ele resolveu deixar Vitória (ES) para procurar emprego na capital paulista. Morador no Cambuci, Bruno inaugurou a fila na segunda (25), às 9h. O candidato tem o ensino médio incompleto e vive de bicos nas regiões de comércio popular da cidade. "Além de Vitória, morei no Rio de Janeiro. Apesar de a crise estar no Brasil inteiro, ainda é mais fácil conseguir um bom emprego em São Paulo", afirma. 

Desempregado há dois meses, Elton César, 32 anos, veio de Goiânia (GO) e se instalou na casa de amigos, no município de Rio Grande da Serra (ABC), em busca de uma vaga de atendimento bilíngue. Ele saiu de casa às 3h e chegou na fila às 6h. Elton possui ensino médio completo, fala inglês e espanhol. "Mesmo com o domínio dos idiomas, a falta de uma graduação é um impeditivo na hora de conseguir emprego", queixa-se.

A distribuição de senhas começou pouco mais de 8h30. Cada candidato ganha um kit lanche, passa por uma triagem inicial e, após avaliação de currículo e entrevista, é direcionado a uma das empresas.

Há oportunidades para diversas áreas, como auxiliar mecânico de manutenção, confeiteiro, telemarketing, operador de caixa, atendente, vendedor de loja, empacotador, balconista e outras. O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, disponibilizou 1.500 vagas de emprego. 

Seleção

Paulo Alexandre Alves de Oliveira, 52 anos, veio de Trindade (RJ) e se hospedou na casa de amigos, na Vila Madalena (zona oeste), para participar do mutirão. Ele chegou na fila às 21h30 de ontem e pegou a senha de número 47. Hoje, saiu com um encaminhamento para continuar o processo seletivo na próxima semana. "Tenho 60% de esperanças de conseguir um emprego", afirma.

O pré-requisito básico para participar do mutirão é ter concluído o ensino fundamental ou cursar a sexta ou sétima série, além de ter acima de 16 anos.

O mutirão acontece até sexta-feira, mas só será atendido quem pegar senha até as 17h de hoje. 
Para se candidatar a uma vaga de emprego é necessário levar RG, CPF, carteira de trabalho e currículo impresso.

Além de um emprego, o candidato pode sair com a chance de se qualificar gratuitamente. "Em 2018, a UGT organizou dois mutirões com dez mil oportunidades no total. Destas, 6.000 foram ocupadas. Naquela ocasião, detectamos que a ausência de capacitação e qualificação foram decisivas para a não contratação de todos os candidatos", explica Ricardo Patah. 

Quem vier ao mutirão do emprego também poderá fazer uma avaliação bucal, atualizar a carteira de vacinação, além de se imunizar contra a febre amarela e fazer teste para detecção de HIV.

 

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