Saiba como fugir do golpe do falso emprego
Criminosos agem pelo Facebook e sob agências de fachada oferecendo vagas
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Mesmo após sucessivas quedas nos últimos meses, a taxa de desemprego no país ainda preocupa grande parte dos brasileiros.
No fim de agosto, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que, entre maio e julho, o índice de desocupação caiu para 11,8%, o que representa 12,6 milhões de pessoas desempregadas, contra 12,5% no trimestre anterior (fevereiro a abril).
Aproveitando-se da vulnerabilidade dos que ainda não conseguiram uma vaga no mercado de trabalho, criminosos têm aplicado diversos golpes.
Um dos esquemas que chamou a atenção da dfndr lab, laboratório especializado em segurança digital, funciona com o roubo de dados de acesso ao Facebook por meio de falsas promessas de vagas.
“Os cibercriminosos agem pela rede social publicando ‘iscas’ com supostas vagas, que são falsas. Ao clicar no link, o usuário é levado a uma página, também falsa, na qual precisa informar email e senha do Facebook”, afirma Emílio Simoni, diretor da dfndr.
Ele diz que, a partir dessa etapa, o hacker consegue se conectar ao Facebook da vítima de forma remota, sem que a conta seja bloqueada.
Depois, o usuário é levado a uma página com premiação falsa (assinaturas de Spotify e Netflix gratuitas, por exemplo), na qual é preciso inserir nome completo, data de nascimento, número de celular e, às vezes, até o número do CPF.
“Os criminosos usam esses dados para fazer empréstimos em nome das vítimas. Nos casos em que não dispõem do CPF, obtêm o número por meio de bases vazadas na internet”, diz.
Agências
O mundo virtual não é o único lugar em que os golpistas escolhem para agir. Outro esquema que tem se tornado comum é uma suposta agência de empregos que oferece venda casada —oferta uma vaga mediante a contratação de um curso, intermediado pela própria agência.
“A agência diz que a vítima precisa desembolsar um valor para fazer o curso e, então, ser direcionada à vaga”, explica Eduardo Fritz, advogado trabalhista do escritório FNC.
Tudo no golpe tem aparência de ser verdadeiro: os cursos ministrados têm professor, apostila, logotipo; a agência pede documentos dos candidatos, tira foto e até emite (falsas) notas fiscais.
“Muitas vezes, as próprias vagas ofertadas são reais, mas não o processo seletivo divulgado para chegar até elas. Há casos em que é até exigido o certificado de conclusão de curso para o encaminhamento à vaga”, explica Fritz.
Agência não deve cobrar para oferecer emprego
O advogado trabalhista Eduardo Fritz afirma que é preciso pesquisar a reputação da empresa de vagas na Junta Comercial do Estado de SP e também em sites como o Reclame Aqui.
“Uma coisa é certa: se a agência de emprego está cobrando para oferecer uma vaga, é golpe. No caso de um estabelecimento idôneo, ele cobra da empresa que quer contratar, e não do candidato que está procurando uma vaga.”
Se estiver em dúvida, o trabalhador não deve assinar o contrato. É importante verificar se alguma cláusula prevê cobrança.
Quem busca recolocação deve se cadastrar em centrais de vagas públicas e participar de mutirões de emprego, por exemplo.
Site já registrou 380 queixas de vagas falsas neste ano
Segundo levantamento do site Reclame Aqui, de janeiro a setembro deste ano foram registradas 380 queixas sobre vagas falsas de emprego no estado de São Paulo. O número representa um aumento de 14,4% na comparação com igual período de 2018, quando foram registradas 332 queixas. Já nos primeiros nove meses de 2017, foram feitos 365 registros.
Quase 130 empresas foram analisadas no estado de São Paulo. Considerando o ano inteiro, em 2018 foram recebidas 424 reclamações sobre falsas vagas, resultado um pouco abaixo na comparação com o ano de 2017, que teve 469 registros.
A reportagem também encontrou queixas sobre empresas que se apresentam como recrutadoras, mas condicionam a compra de curso. Em um exemplo, o alvo, segundo relatos, seriam jovens em busca do primeiro emprego. Há casos em que os candidatos vão até o local na esperança de conseguir bolsa