Sindicato orienta greve total na Dataprev de SP
Categoria, que administra a base de dados do INSS, já está paralisada em dez estados
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Funcionários públicos da Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social) em São Paulo começam às 6h desta quinta-feira (30) a greve anunciada pela categoria no início da semana.
Após suspensão das negociações, o Sindpd-SP (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação de São Paulo) orientou a paralisação total dos 210 funcionários no estado.
“Durante o período, a Dataprev queria 80% dos funcionários trabalhando e a proposta do sindicato foi de 25%. A empresa não aceitou e não quis negociar. Portanto, não haverá contingenciamento”, diz Antonio Neto, presidente do Sindpd.
"A adesão de 100% vai depender da vontade dos trabalhadores, não é por força de negociação", afirma.
Segundo a Feittinf (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação), outros dez estados já iniciaram a paralisação, com graus variados de adesão. São eles: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Ceará e Maranhão.
Em nota, a Dataprev diz que foi informada de que os empregados em São Paulo entrarão em greve nesta quinta (30), mas que não confirma a adesão indicada pelo sindicato.
"O contingente ainda está sendo negociado", diz a estatal.
Entre as motivações da greve dos funcionários da Dataprev estão as demissões em massa na empresa e a subsequente redução de 35% do quadro e o fechamento de 20 escritórios em todo o país, segundo a categoria.
A convocação de militares inativos para diminuir a fila do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) também é criticada.
"É uma incoerência o governo fazer uma força-tarefa enquanto enxuga os trabalhadores que sabem fazer o trabalho", diz Antonio Neto, do Sindpd-SP.
A Dataprev é responsável por administrar a base de dados do país, especialmente a do INSS. É a responsável pela gestão, por exemplo, do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais), que permite a concessão automática de vários direitos sociais, como aposentadorias ou salário-maternidade.
Entre outros serviços, a empresa pública processa o pagamento mensal de cerca de 35 milhões de benefícios previdenciários e responde pelo sistema eletrônico que faz a liberação de seguro-desemprego.
Segundo o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, há 1,3 milhão de requerimentos que excedem o prazo de 45 dias dado pelo INSS para análise do pedido. Contando todos os requerimentos (inclusive aqueles dentro do prazo), são 1,9 milhão de pedidos.
Já a análise de aposentadorias e pensões por morte solicitados a partir de 13 de novembro de 2019, quando a reforma entrou em vigor, está travada.
Apenas salário-maternidade e auxílio-doença estão sendo analisados, porque o sistema do INSS não está adaptado para analisar os pedidos de segurados com as novas exigências. O INSS prevê iniciar a análise desses novos benefícios até março.