Preço da batata dispara e cesta básica já encosta em R$ 1.000

Alta está relacionada a fator climático e problemas em safra; tendência é que preço se normalize

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São Paulo

Os gastos com alimentação estão pesando ainda mais no bolso dos paulistanos. Segundo o Procon-SP, a cesta básica paulistana passou de R$ 930,19, em setembro, para R$ 949,98, em outubro.

A alta, puxada por itens de hortifrúti, fez com que o preço da cesta chegasse a 91% do salário mínimo (R$ 1.045).

De acordo com levantamento feito com o Dieese, a principal alta foi a da batata: 20%. A elevação do tubérculo está sendo sentida também nos supermercados. O aumento do preço do item entre setembro e outubro foi de 22,5%, diz a Apas (Associação Paulista de Supermercados).

A alta, inclusive, foi maior do que a do arroz, o ‘vilão’ do prato do brasileiro nos últimos meses. Mesmo o grão tendo o sétimo aumento consecutivo do ano, segundo o Cepea-USP, a elevação foi menor, neste mês, nas prateleiras: 10,5%.

Em outubro, a batata teve alta de 22,5% nos supermercados de SP; calor excessivo em setembro é principal motivo - Ronny Santos/Folhapress

João Paulo Bernardes Deleo, pesquisador na área de hortifrútis do Cepea, explica que o aumento da batata não é um fenômeno comum para essa época do ano, e é explicado, sobretudo, por fatores climáticos.

“Os preços no segundo semestre sempre são mais baixos do que no primeiro, porque normalmente o clima é mais favorável à produção”, diz. “No entanto, em setembro houve uma onda de calor no país, o que forçou os produtores a colherem mais rápido, fazendo com que, no mês, aumentasse a oferta do produto e, logo, o preço diminuísse.”

Por isso, diz Deleo, outubro e novembro estão sendo marcados por menor quantidade de batata disponível e, logo, por preço maior.

Segundo o Cepea, as cotações subiram pela terceira semana seguida. A tendência é que, agora, com leve aumento da oferta de batata, o valor comece a cair.

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Alta do alimento | Entenda

  • A cesta básica paulistana teve alta de 2,13% no mês de outubro, diz o Procon-SP

  • O levantamento, feito com o Dieese, mostra que o preço passou de R$ 930,19 para R$ 949,98

  • A alta eleva o valor da cesta básica a 91% do salário mínimo (R$ 1.045)

Aumento foi puxado, sobretudo, pela disparada da batata.

Maiores altas foram no grupo de alimentação:

  • Batata (kg): + 20,31%

  • Óleo de soja (900 ml): + 12,15%

  • Frango resfriado inteiro (kg): + 9%

  • Arroz (pacote com 5 kg): + 7,62%

Nos supermercados, os preços mais altos também foram vistos nos hortifrútis:

Maiores altas:

  • Berinjela: + 33,34%

  • Vagem: + 29,2%

  • Batata: + 22,57%

  • Mamão: + 18,91%

  • Tomate: + 16,40%

Por que a batata está tão cara?

  • De acordo com o Cepea, as cotações da batata subiram pela terceira semana seguida

  • Preço atual: R$ 180,12/saca de 50 kg em São Paulo

  • Aumento de 14,75% em relação à última semana

Motivos

  • Colheita concentrada nos meses de agosto e setembro

  • Clima: em setembro houve uma onda de calor e os produtores tiveram que colher mais rápido

  • Mais produto disponível: menor preço em setembro

  • Outubro e novembro: fim de safra e menor quantidade de batata. Com isso, o preço aumentou

Tendência

  • Leve aumento da oferta de batata

  • Preços voltarem a cair

Fontes: APAS (Associação Paulista de Supermercados), João Paulo Bernardes Deleo, pesquisador na área de hortifrútis do Cepea-USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Procon-SP e Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos)

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