Descrição de chapéu Pix

Veja como funcionam e fuja dos principais golpes envolvendo Pix

Estelionatários têm aproveitado a nova forma de pagamento em fraudes

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

O Pix, sistema de pagamento instantâneo lançado no fim do ano passado pelo Banco Central do Brasil, surgiu como uma ferramenta para facilitar a vida das pessoas. Contudo, estelionatários têm usado a nova forma de pagamento como um meio aplicar golpes no consumidor.

A nova modalidade, que é completamente digital e acessada pelos aplicativos dos bancos, é uma das mais seguras que existem. Porém, os criminosos estão aproveitando o maior tempo online das pessoas e o aumento das transações virtuais para as fraudes.

“O Pix é uma ferramenta que se for usada como sua proposta original é maravilhosa, o problema é que ele abre mais uma possibilidade para o golpista. Por isso as pessoas precisam ficar atentas para não tomarem nenhuma atitude precipitada e caírem em golpes”, diz Del. Pedro Carlos Rodrigues, presidente da Asdep - RS (Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul).

O golpe mais frequente costuma usar a técnica de "phishing", algo como pescar ou fisgar o cliente, que usa técnicas para enganar o indivíduo para que ele forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões.

“O usuário precisa ficar muito ligado em tudo que faz, desde o cadastro até uma possível transferência. Na pressa, as pessoas acabam caindo com mais facilidade e dando todos os dados sem nem pensar”, comenta Afonso Morais, advogado da Morais Advogados.

Cadastre uma chave mais segura

É importante destacar que o cliente pode seguir usando os métodos tradicionais de transferência e não é obrigado a cadastrar uma chave Pix, que é uma identificação de preferência que pode ser CPF, CNPJ, email, número de celular ou chave aleatória (uma sequência de números geradas pelo sistema), para quem não quer vincular dados pessoais ao sistema de pagamentos.

Caso queira, o processo todo é feito pelo aplicativo do banco. “Não confie em nenhum link enviado para cadastro, mensagens de amigos pedindo transferências via WhatsApp, certifique-se de que está fazendo o pagamento para a pessoa certa”, ressalta Diogo Barroso Santos, CTO (chefe da área de tecnologia) da Claranet Brasil, multinacional de tecnologia.

​A maioria dos golpes envolve redes sociais, como o Facebook e o Whatsapp, ou ainda as já conhecidas ligações telefônicas, usadas para outros tipos de fraudes. Algumas dicas são essenciais para evitá-los.

“Sempre que receber qualquer contato, por telefone ou rede social, solicitando dinheiro, ligue para quem está pedindo e entenda o que está acontecendo. Nunca faça imediatamente qualquer transferência bancária, você precisa se certificar de quem está pedindo. Na conversa, é importante questionar e fazer perguntas para identificar um possível golpista”, comenta o presidente da Asdep - RS.

Caso caia no golpe, o Banco Central do Brasil alerta que cabe ao banco o eventual ressarcimento. Em geral, antes de pagar, as instituições fazem uma pequena investigação para entender como foi o golpe.

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) aponta algo que pode tranquilizar quem acabou sendo uma vítima dos estelionatários. “O Pix, assim como outros meios eletrônicos, tem transações integralmente rastreáveis”, diz nota oficial enviada à reportagem.

Em tese, o Pix não possui um valor mínimo ou máximo para ser enviado. Isso varia conforme a instituição financeira, que poderá estabelecer limites de valores para as transações com base no perfil de cada cliente. Segundo a Febraban, um novo mecanismo que possibilitará que os próprios clientes controlem o seu limite Pix entrará em vigor a partir de 1º de abril.

Para não ficar no prejuízo | Fuja dos golpistas

  • Lançado no fim de 2020 pelo Banco Central, o Pix é um novo sistema de transações bancárias feitas na hora
  • Ele permite pagamentos e transferências de dinheiro durante 24 horas por dia, sete dias por semana

Como funciona

  • O Pix pode ser realizado a partir de conta-corrente, conta-poupança ou conta pré-paga
  • Todas as transações ocorrem por mensagens assinadas de forma digital
  • Elas são transmitidas por meio de um sistema de criptografia, em uma rede protegida, fora da internet

Pandemia eleva número de golpes

  • Com a pandemia do coronavírus, criminosos estão aproveitando o maior tempo online das pessoas
  • Além disso, houve um aumento das transações digitais devido ao isolamento social; com isso, sobem os golpes

Fraudadores enganam clientes

  • A tentativa de golpe mais frequente é conhecida como phishing —que significa algo como “pescar” e o usuário acaba “fisgado”—
  • São formas de tentar enganar o usuário, como com links falsos e demais truques para que ele forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões

Conheça os principais golpes

1 - Clonagem do Whatsapp

  • Os criminosos enviam uma mensagem pelo aplicativo fingindo ser de empresas em que a vítima tem cadastro
  • Eles solicitam o código de segurança, que já foi enviado por SMS, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro
  • Com o código, os bandidos conseguem copiar a conta de WhatsApp em outro celular
  • A partir daí, enviam mensagens para os contatos da pessoa, fazendo-se passar por ela, pedindo dinheiro emprestado por transferência via Pix

Como fugir

  • Uma medida simples para evitar que o WhatsApp seja clonado é habilitar, no aplicativo, a opção “Verificação em duas etapas”
  • Vá em Configurações/Ajustes > Conta > Verificação em duas etapas

2 - Criação de perfil falso

  • O criminoso escolhe uma vítima, pega sua foto em redes sociais, e, de alguma forma, consegue descobrir números de celulares de contatos da pessoa
  • Com um novo número de celular, manda mensagem para amigos e familiares da vítima, alegando que teve de trocar de número devido a algum problema, como, por exemplo, um assalto
  • A partir daí, pede uma transferência via Pix, dizendo estar em alguma situação de emergência

Sem clonagem

  • Nesta fraude, o bandido nem precisa clonar o Whatsapp da pessoa, e usa a estratégia de pegar dados pessoais da vítima e de seus contatos
  • Ao receber uma mensagem de algum contato com um número novo, é preciso certificar-se que a pessoa realmente mudou seu telefone

3- Falso funcionário de banco ou demais empresas

  • O fraudador entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco ou empresa com a qual o cliente tem um relacionamento ativo
  • O criminoso oferece ajuda para que o cliente cadastre a chave Pix
  • Também pode dizer que o usuário precisa fazer um teste com o sistema de pagamentos para regularizar seu cadastro, e o induz a fazer uma transferência bancária

Fique ligado

  • Dados pessoais do cliente jamais são solicitados ativamente pelas instituições financeiras
  • Funcionários de bancos também não ligam para clientes para fazer testes com o Pix
  • Na dúvida, sempre procure seu banco para obter esclarecimentos

4 - Falha no sistema

  • Mensagens e vídeos disseminados pelas redes sociais por bandidos afirmam que, graças a um bug (falha que ocorre ao executar algum sistema eletrônico) no Pix, é possível ganhar o dobro do valor que foi transferido
  • Entretanto, ao fazer este processo, o cliente está enviando dinheiro para golpistas
  • Os canais oficiais do Banco Central já alertaram que não há qualquer falhas no Pix

Fui vítima, o que fazer?

  • A principal dica é monitorar seu CPF por meio de ferramentas das empresas de proteção ao crédito
  • Caso caia no golpe, registre um Boletim de Ocorrência e comunique ao banco o ocorrido, para poder pedir o estorno da operação

Análise

  • Cabe ao banco analisar se vai pagar ou não, como nas demais fraudes bancárias

O que fazer

  • Não clique em links enviados por SMS, e-mail ou aplicativos de mensagem de texto
  • Não compartilhe senhas de acesso aos canais de atendimento da instituição
  • Não atenda telefonemas nem troque mensagens com pessoas que se dizem funcionárias da instituição detentora da sua conta
  • Não navegue em sites suspeitos
  • Não baixe aplicativos diferentes do aplicativo oficial da instituição detentora da sua conta

Se receber algum contato

  • O cliente sempre deve suspeitar quando recebe uma mensagem de algum contato que solicita dinheiro de forma urgente
  • Nunca faça imediatamente qualquer transferência bancária. Antes disso, você precisa se certificar que é um conhecido que está pedindo
  • Ligue para quem está pedindo e entenda o que está acontecendo
  • Questione, converse e faça perguntas para entender se é a pessoa mesmo ou um golpista
  • Perceba se a pessoa “escorregou” em algum assunto e levantou alguma suspeita

Fique ligado

  • Não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via Pix
  • Entretanto, as instituições poderão estabelecer limites de valores com base no perfil de cada cliente, período, titularidade da conta, canal de atendimento e procedimento para iniciação

Como fazer o cadastro correto no Pix

  • Pelo próprio aplicativo do seu banco terá uma opção “Pix”
  • Clicando, você será redirecionado para o cadastro das chaves Pix
  • A Chave Pix, que é uma identificação de preferência, pode ser CPF, CNPJ, email, número de celular ou chave aleatória (uma sequência gerada automaticamente), essa é uma forma de não vincular seus dados pessoais às informações da conta

A chave Pix é usada para recebimento e não para iniciação de um pagamento ou transferência

Atenção!

  • O consumidor não deve clicar em links recebidos por emails, WhatsApp, redes sociais e por mensagens de SMS, que direcionam o usuário a um suposto cadastro da chave do Pix

Fontes: Febraban (Federação Brasileira de Bancos); Banco Central do Brasil; Afonso Morais, da Morais Advogados; Pedro Carlos Rodrigues, presidente da Asdep - RS (Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul); e Diogo Barroso Santos, CTO da Claranet Brasil​