Professores de Etecs e Fatecs dão início à greve sanitária

Categoria decidiu não voltar ao ensino presencial e mantém aulas remotas

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São Paulo

Os professores do Centro Paula Souza, que trabalham nas Etecs (Escolas Técnicas) e Fatecs (Faculdades de Tecnologia) do estado de São Paulo, iniciaram uma greve sanitária nesta segunda-feira (2), data em que as aulas presenciais foram retomadas em SP.

O objetivo da paralisação, segundo a categoria, é dar proteção aos profissionais e alunos em meio à pandemia de coronavírus.

Diferentemente de outras situações de greve, os professores que aderiram ao movimento seguem dando aulas, mas de forma remota, sem parar totalmente as atividades.

Há, no entanto, situações diversas de retomada, como em cidades onde as aulas ainda não começaram, com previsão de retorno na segunda-feira, 9, ou que só retornarão em outubro.

Segundo a presidente do Sinteps (Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza), professora Silvia Elena de Lima, a categoria não quer ficar sem trabalhar, mas reivindica condições sanitárias adequadas para o funcionamento das unidades, o que, segundo ela, ainda não há.

"Está uma bagunça nas escolas, conforme já me relataram. Não há pessoal suficiente de limpeza, equipamentos de segurança do trabalho nem internet adequada. Estamos recebendo máscara de pano. Esse risco a que estão no expondo é muito grande", afirma ela.

Silvia relata que a adesão da categoria varia conforme a região, mas, nas escolas da capital e da Grande SP, o sindicato acredita que houve adesão de 80%. Ela diz ainda que o movimento tem apoio de parte dos alunos, já que, em muitos locais, eles necessitam do transporte público para chegar à unidade de ensino.

A presidente do sindicato afirma o momento de voltar ao trabalho é quando houver condições sanitárias adequadas. Ela também diz acreditar que há outras formas de retomar o atendimento presencial, mais planejadas, sem expor profissionais ou alunos.

​Silvia afirma que o esquema de aulas remotas tem dado certo entre professores e alunos, após um início e uma adaptação difíceis, quando a pandemia obrigou todos a ficarem em casa. "Foi muito difícil a gente se adaptar, não houve qualquer suporte do governo em termos de recursos, e a gente se adaptou mesmo assim. Não queremos deixar os alunos sem aula, a gente só quer condições."

O Centro Paula Souza tem hoje 18.491 funcionários e atende cerca de 300 mil estudantes em todo o estado de São Paulo.

Em nota, o Centro Paula Souza afirma que a greve atingiu 1,29% do quadro de profissionais nesta segunda. Além disso, o órgão informa que "o retorno dos estudantes é facultativo neste momento".

"As unidades do CPS ofertarão aulas presenciais e online para que todos os alunos tenham acesso ao conteúdo. Para atender ao distanciamento de, no mínimo, um metro foi organizado um revezamento de estudantes nas salas de aula", diz o texto.

O Centro Paula Souza afirma ainda que tem protocolo baseado nas orientações de especialistas. Com isso, houve compra de "máscaras de proteção, face shields, totens, tapetes sanitizantes, termômetros digitais e álcool em gel".

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