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Ansiedade e limites de convivência marcam volta às aulas na rede estadual em SP

Escolas podem receber até 100% dos alunos, desde que respeitado regras de distanciamento

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São Paulo

A ansiedade pelo retorno aliada às restrições de convivência, determinadas por protocolos sanitários contra a Covid-19, marcaram o primeiro dia de volta às aulas presenciais na rede estadual nesta segunda-feira (2). Para este segundo semestre, o governo do estado autorizou que unidades de ensino recebam até 100% dos alunos.

Segundo o subsecretário de Articulação Regional da Secretaria de Educação do estado, Patrick Trajan, 1.251 das 5.130 escolas estaduais de São Paulo estão aptas a receber 100% dos estudantes, representando 24,39 % do total. As demais unidades vão funcionar em esquema de revezamento, em alguns casos com 50% dos alunos e, em outros, acima disto, segundo a Secretaria Estadual da Educação. O retorno presencial ainda não é obrigatório.

Na Escola Estadual Dom Agnelo Cardeal Rossi, no Jardim Ângela, no extremo sul da capital paulista, o limite é de 50% de ocupação das salas de aula, por causa do espaço físico da unidade de ensino.

Pelas regras sanitárias, alunos precisam manter um metro de distância, usar máscara e não se abraçar ou manter qualquer tipo de contato físico.

Por volta das 7h desta segunda, 186 estudantes, com idades entre 7 e 12 anos, chegaram à escola da zona sul, após mais de um ano e meio estudando online, afirmou a diretora Fátima Santana de Almeida, 53 anos, dos quais 35 dedicados à educação.

Para o turno da tarde, a diretora estimou que 250 alunos estariam presentes em sala, totalizando 436 em ambos os períodos, representando 28,68% do total de 1.520 estudantes.

“Mesmo não estando 100% com alunos, a vida já voltou para a escola. Já estávamos atendendo com até 35% de ocupação, mas só de saber que esse número pode ser maior já muda o clima”, disse a educadora, que administra a unidade da zona sul há 17 anos.

Apesar do retorno mais flexível, as restrições resultantes de protocolos sanitários deixaram salas de aula mais vazias, assim como corredores, onde há álcool em gel disponível, assim como nos acessos ao prédio.

O intervalo também precisou mudar, com crianças sentadas, em duplas, sem poderem brincar ou se aproximar no pátio.

“Eu nem consegui dormir direito, estou com muitas saudades de meus amigos, mas me segurei para não abraçar todos quando a gente se viu de manhã”, afirmou Valentina da Silva Leite, 10 anos, aluna do 4º ano do ensino fundamental.

Ela acrescentou ter sentido dificuldade para estudar no modelo remoto, pois “coisas de casa” como televisão atrapalhavam sua concentração, além de seu melhor amigo, o cachorro Borracha, para o qual ela afirmou “dar muita atenção.”

A menina dividia a mesa do recreio com a amiga Eloise Gabriela Quadros dos Santos, 9 anos, também do 4º ano, que afirmou também se sentir mais segura para aprender dentro de uma sala de aula. “É muito diferente estudar em casa e na escola, onde me sinto mais confortável para aprender.”

Além do esquema presencial, uma sala de aula transmitia o conteúdo para alunos que estavam em casa, no chamado sistema híbrido de ensino, enquanto outros assistiam à aula presencialmente.

Por volta das 11h30, alunos encerraram seu primeiro dia na unidade, sendo organizados em grupos para sair do pátio da escola, que esperava receber 250 estudantes de tarde.

Alunos assistem a aula na Escola Estadual Dom Agnelo Cardeal Rossi, no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo - Rivaldo Gomes/Folhapress,
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