Levantamento aponta falta de pia e banheiro para pessoa em situação de rua em SP

Documento feito por entidades mostra que faltam ações para higiene

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Nilson Hernandes
São Paulo

Pias, bebedouros, banheiros e lavanderias instalados de maneira emergencial pela Prefeitura de São Paulo por causa da pandemia do novo coronavírus ainda não atendem a demanda de moradores de rua. Essa é a conclusão de um estudo divulgado por entidades que atuam com esse público na região central da capital.

Pia para lavar as mãos na rua dos Gusmões (centro de São Paulo); reclamações de que falta água à noite e que é pela manhã líquido é esbranquiçado - Ronny Santos/Folhapress

O mapeamento feito pelo Centro de Convivência É de Lei, Fórum Aberto Mundaréu da Luz e Coletivo Paulestinos aponta banheiros públicos, com restrições de horário, pias para consumo de água e higiene das mãos instaladas em praças públicas, entretanto, sem sabão e com manutenção inadequada, e torneiras com água não potável em locais públicos e privados.

“Conseguimos no ano passado com que a prefeitura fizesse a instalação de pias públicas na região central. Acontece que à noite, elas ficam sem água, e, pela manhã, o líquido é esbranquiçado, quando não estão entupidas. Fora que nunca houve sabão”, disse Maria Angélica Comis, coordenadora do Centro de Convivência É de Lei.

No início da crise sanitária, a prefeitura fez uma parceria com a Sabesp, do governo do estado, para a instalação emergencial de pias públicas nos principais pontos utilizados pelas pessoas em situação de rua na região central. Na periferia, 293 foram instaladas em 211 comunidades, essas com dispensário para sabão líquido.

As 14 pias para consumo e lavagem das mãos na região central foram instaladas em abril do ano passado, mas não há dispensário para sabão líquido.

Um ponto destacado no estudo Cartografias do Acesso à Água é a ação Vidas no Centro, instituída em abril do ano passado pela prefeitura para oferecer banhos, bebedouros e lavanderia nas praças da Sé, Júlio Prestes, República, no Parque Dom Pedro 2º e no Largo do Paissandu. Os espaços funcionam das 7h às 19h.

“O que pode ser melhorado é que o tempo de banho é insuficiente, pois a água flui por menos de dez minutos, assim não dá tempo para se ensaboar”, disse Maria Angélica.

Secretaria afirma que realiza manutenção

A Secretaria Municipal das Subprefeituras, da gestão Ricardo Nunes (MDB), afirma em nota que executa a manutenção desses mobiliários urbanos.

A pasta diz que instalou 11 pias com água potável, fornecida pela Sabesp para auxiliar as pessoas em situação de rua a efetuarem a higienização das mãos na pandemia de Covid-19.

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania diz que o programa Vidas no Centro ultrapassou 2 milhões de atendimentos desde a implantação em abril de 2020. “As estações oferecem kits de higiene com sabonete e toalha para banho, lavanderias e oferta de banheiros.”

A Sabesp, do governo João Doria (PSDB), diz ser a responsável pela ligação da água e a manutenção entre a rede de abastecimento e as pias. Sobre a pressão da água, afirma seguir padrão de consumo, com diminuição à noite para evitar rompimento de tubulação e perdas por vazamentos.

Sobre a cor branca verificada, a empresa do governo do estado afirma que “às vezes a água apresenta a coloração, principalmente, por oscilações de pressão nas tubulações, que poderá formar microbolhas e tornar a água, momentaneamente, esbranquiçada”.

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