Mulher diz que suspeito de matar ator de 'Chiquititas' era violento com a família
Revelação foi feita por policial após depoimento dado nesta segunda-feira (10)
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O comerciante suspeito de matar o ator Rafael Henrique Miguel, 22 anos, e os pais dele , domingo (9), na Pedreira (zona sul), é acusado pela própria mulher, de 39 anos, de ser violento com toda a família.
A informação foi confirmada por um policial que acompanhou o depoimento dela, na tarde desta segunda-feira (10), no 98º DP (Jardim Miriam). Ela não quis falar com a reportagem.
O ator --que foi o personagem Paçoca, da novela infantil "Chiquititas", do SBT, e ganhou fama por causa de um comercial em que aparecia brigando com a mãe para comer brócolis-- foi morto quando levou os pais, Miriam Selma Miguel, 50, e João Alcisio' Miguel, 52 à casa da namorada Isabela Tibcherani. O pai dela é acusado de ter atirado contra os três.
Segundo o policial, a mulher disse no depoimento que Paulo Cupertino Matias, 48, a agredia constantemente, e também batia na filha de 18 anos, que namorava o ator assassinado, e o irmão da jovem, de 13 anos.
A reportagem apurou que o comerciante conta com nove passagens criminais, entre roubos, sendo um deles a banco, associação criminosa, agressão, tentativa de fuga e furtos cometidos na década de 1990.
Após o triplo assassinato, Matias teria fugido em um Volkswagen Up, vermelho. A polícia constatou pelas placas que o carro pertence a uma pessoa sem relação com o atirador. É investigado se o veículo usado seria um dublê.
A mulher ainda afirmou no depoimento, segundo o policial, que ele tinha um ciúme doentio da filha, a ponto de a impedir de sair de casa.
O comerciante responde por outros nove crimes, entre assaltos, associação criminosa e furtos.
Divergências
Segundo o depoimento, quando as vítimas chegaram, no domingo, o acusado tirou a filha do carro. Neste momento, o ator interveio, afirmando que estava no local para conversar.
"Deveria ter me procurado antes", teria dito o comerciante que, segundo o depoimento da mulher, começou a atirar em seguida.
A família queria, segundo a mulher, convencer o pai a aceitar o namoro --os dois se relacionavam há um ano e dois meses.
O advogado Eliton Lima dos Santos, que acompanhou o depoimento da namorada do ator assassinado, questionou as declarações da mãe da jovem.
"Há divergências que serão esclarecidas durante o andamento do processo", afirma.
Segundo a versão da jovem, conforme o advogado, o ator e os pais dele apenas deram uma carona para Isabela. "Minha cliente nem sabia que o pai estava em casa", afirmou.
Ele ainda disse que não teria como a mulher do acusado ter testemunhado o crime, pois ela estaria dentro da residência.
Um ponto em comum entre os dois depoimentos é o de que o suspeito não admita que a filha namorasse o ator. “Ele não queria que ela [namorada da vitima] namorasse com ninguém”, disse Santos.