Duas escolas estão em áreas que serão vendidas pela prefeitura de SP
Pais de colégio na Consolação iniciaram protesto; gestão Covas diz que manterá unidades
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A Câmara Municipal de São Paulo aprovou em segunda votação, na quarta-feira (16), um projeto da prefeitura que prevê a venda de 41 terrenos públicos. A arrecadação estimada pela gestão Bruno Covas (PSDB) é de R$ 500 milhões.
Entre as áreas que serão colocadas à venda estão duas escolas municipais, prédios da Secretaria Municipal da Educação e de subprefeituras, além de um centro de convivência para idosos que está desativado.
Assustados com a notícia sobre a venda do terreno, pais de alunos da Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Gabriel Prestes, na Consolação (centro), começaram uma mobilização nesta sexta-feira (18).
Cartazes foram colocados na porta do colégio. Em um deles estava escrito "não peguem nosso terreno, nós gostamos da nossa escola".
A atriz Danila Figueiredo, 31 anos, mãe de uma aluna de 5 anos, se disse preocupada. "É vergonhoso deixar essa comunidade à mercê da especulação imobiliária."
Pais, alunos e professores prometem um protesto neste sábado (19).
A unidade de ensino tem 66 anos e mais de 200 crianças matriculadas, com idades entre 4 e 6 anos.
Rogério Ceron, presidente da SP Parcerias, que representa a prefeitura no processo envolvendo as áreas, afirmou que a escola não vai ser fechada. E que apenas uma parte da área total será comercializada.
O terreno conta com 3.925 m² e parte dele está ocioso, segundo a prefeitura. No local, há ainda um imóvel tombado, conhecido como Chácara Lane, e o Museu da Cidade de São Paulo. A gestão Covas não soube precisar quanto do espaço será colocado à venda.
Outra unidade de educação, a Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Professora Maria Antonieta D'Alkmin Basto, na Vila Olímpia (zona sul), está em um dos terrenos à venda. Ceron disse que o colégio também será mantido.
Os terrenos estão espalhados por diversos pontos da cidade. Alguns ficam em regiões de alto valor imobiliário, como Itaim Bibi (zona oeste) e Moema (zona sul).
Secretaria quer reformar Cine Marrocos
A prefeitura planeja oferecer quatro terrenos vinculados à Secretaria Municipal da Educação em troca da reforma do antigo Cine Marrocos (na região central de São Paulo).
Uma das áreas é onde fica o auditório da própria secretaria, na Vila Clementino (zona sul). Os demais ficam no Sumaré (zona oeste), outro na Vila Clementino e no Brooklin (zona sul).
A ideia é transformar o prédio do cinema em uma sede unificada da pasta.
Com a concentração dos serviços da secretaria em apenas um edifício, a gestão Bruno Covas espera economizar R$ 1 milhão por ano com gastos atualmente divididos entre os quatro pontos, como segurança, zeladoria e iluminação.
Resposta
Rogério Ceron, presidente da SP Parcerias, que está à frente do processo envolvendo os terrenos, diz que a gestão Bruno Covas (PSDB) promoverá um pente-fino nos locais aprovados pela Câmara Municipal para venda. Depois, abrirá os editais de concorrência. A expectativa é começar o trâmite antes do fim deste ano.
Ceron afirma que escolas não serão desativadas com venda das áreas. Segundo ele, a ideia é manter locais onde há prestação de de serviços públicos. "Somente espaços subutilizados deverão ser vendidos", afirma.
Locais que poderão ser vendidos
Centro
- EMEI Gabriel Prestes: Rua da Consolação 1.012, Consolação
Zona oeste
- EMEI Professora Maria Antonieta D’Alkmin Basto: Rua Baluarte, 162, Vila Olímpia
- Terreno Secretaria Municipal de Educação: Rua Taboão, 10, Sumaré
Zona leste
- Conselho Tutelar Cidade Líder/Parque do Carmo: Rua Blecaute, 303, Itaquera
Zona sul
- Prédio da Secretaria Municipal de Educação: Av. Jornalista Roberto Marinho, Brooklin
- Auditório da Secretaria Municipal de Educação: Rua Doutor Diogo de Faria, 1.247, Vila Clementino