Pais protestam contra menos tempo de aula em escola municipal de SP

Unidade poderá reduzir de nove para sete horas a carga horária do integral

Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados Você atingiu o limite de
por mês.

Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login

São Paulo

Pais de cerca de 90 alunos de turno de período integral da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Jean Mermoz, na Chácara Inglesa, região da Saúde (zona sul), reclamam que a Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), quer reduzir a atual carga horária de nove horas para sete horas diárias no ano que vem.

Segundo os responsáveis, não houve discussão prévia entre direção, pais e comunidade escolar. Uma petição online, com 387 adesões, além de abaixo-assinado com 785 assinaturas contrárias à mudança, foram protocoladas.

Na capital, a Secretaria Municipal de Educação implementou o programa São Paulo Integral em 71 escolas em 2016. Neste ano, com a ampliação, chegou a 146 unidades, das quais, 101 de ensino fundamental e 54 de educação infantil.

No caso do fundamental, os estudantes ficam sete horas diárias na escola. Uma jornada regular varia de quatro a cinco horas.

Pais de alunos se reúnem em frente à Emef Jean Mermoz, na Saúde (zona sul de São Paulo); eles temem redução de carga horária na escola municipal - Ronny Santos/ Folhapress

Os pais dizem que a escola oferece o turno integral de nove horas há dez anos, em 31 anos de fundação. É a única da rede de ensino.

"É um projeto que já está consolidado. Não há razão para extingui-lo agora", defendeu a presidente do Conselho de Escola, a contadora Elenice da Silva, 39 anos, que tem a filha de 7 anos no 2º ano.
O bancário Mulumba Bertazini Kabengele, 39 anos, pai de aluno de 8 anos do 2º ano, compartilha do mesmo pensamento. "Vejo como uma intromissão na autonomia da escola, que investiu em um projeto com resultados pedagógicos satisfatórios até hoje", disse.

Os pais temem que a questão pedagógica fique comprometida. Ex-aluna da escola, Juliana Rodrigues da Silva, 31 anos, hoje mãe de aluno de 7 anos no 1º ano, disse ver o desenvolvimento do filho no turno integral.

Outro problema para os pais que trabalham é não ter onde ou com quem deixar os filhos.

Resposta

A Secretaria Municipal de Educação, gestão Bruno Covas (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (11) que "os alunos da Emef Jean Mermoz continuarão sendo atendidos com o mesmo horário de funcionamento de 2019".

A decisão, porém, só veio após a reportagem do Agora questionar por duas vezes sobre as mudanças no horário da escola, inclusive com informações de votação e elaboração da ata do Conselho de Escola.

Na tarde de sexta, pais do conselho se reuniram com o promotor do Geduc (Grupo de Atuação Especial de Educação), do Ministério Público, que irá oficiar a Diretoria de Ensino do Ipiranga.

Notícias relacionadas