Comerciantes reclamam de arrastões na região da cracolândia de SP; veja vídeo
Imagens, que segundo lojistas foram gravadas no dia 6, mostram ação contra uma van
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Comerciantes da avenida Rio Branco e do entorno da praça Júlio Prestes (centro de São Paulo) dizem que a região, onde também fica a cracolândia, tem sido alvo de frequentes arrastões.
Um vídeo gravado por celular, na última sexta-feira (6), na Rio Branco, mostra o momento em que mais de 30 pessoas realizam um suposto arrastão na calçada e na própria avenida.
O registro mostra o bando avançar contra uma van e levar a carga que estava no veículo. Até a conclusão desta edição, ninguém havia sido preso.
Segundo as imagens, os suspeitos caminham pela calçada até chegar ao lado da van, estacionada na avenida. De repente, o bando abre as portas do veículo e começa a pegar objetos da cabine, além da carga transportada no baú, que não foi identificada.
As imagens ainda mostram pedestres assustados correndo. Uma das pessoas do grupo atravessa a avenida e tenta pegar um objeto de um motociclista que passava pelo local.
A ação dura cerca de um minuto e 20 segundos, quando os suspeitos fogem ao avistar a chegada de quatro policiais militares, montados em cavalos.
Comerciantes ouvidos na condição de anonimato, na tarde desta terça-feira (10), afirmam que os arrastões começaram na região há cerca de três anos.
Um deles diz que já foi alvo de uma dessas ações, há cerca de dois anos. Na ocasião, teve seu comércio invadido e saqueado por dezenas de pessoas.
"A tensão começa sempre que a prefeitura limpa a cracolândia e o fluxo se desloca de lugar", afirma.
Outro comerciante diz que, para evitar saques, os lojistas gritam "corre e fecha" uns aos outros, numa espécie de "telefone sem fio", para alertar os estabelecimentos vizinhos sobre possíveis arrastões. Outra estratégia é deixar as portas das lojas semiabertas quando há riscos.
Respostas
A SSP (Secretaria da Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB), afirma que o 3º DP (Campos Elíseos) instaurou um inquérito para investigar o arrastão da última sexta. Policiais tentam identificar os suspeitos que aparecem nas imagens.
Segundo a Polícia Militar, o policiamento na região é feito com base na análise dos registros de ocorrências. Entre janeiro e outubro deste ano, acrescenta, 360 pessoas foram presas acusadas de crimes na área.
A prefeitura, gestão Bruno Covas (PSDB), afirma que a Guarda Civil Metropolitana acompanha serviços de zeladoria duas vezes ao dia na região.
Entre janeiro e outubro deste ano, a SSP registrou 4.123 roubos nesta região, 18,5% a mais em relação aos 3.480 de 2018.