Metrô afasta seguranças que imobilizaram menor que pedia esmolas

Caso ocorreu domingo (8) na estação Tamanduateí, da linha 2-verde; adolescente afirma que foi agredido após ser levado para uma sala

São Paulo

O metrô afastou três seguranças que aparecem em um vídeo imobilizando um adolescente de 15 anos que pedia esmolas em um trem, domingo (8), na estação Tamanduateí, da linha 2-verde. O menor afirma ter sido agredido pelos agentes, com tapas no rosto, após ser levado para uma sala na própria estação. 

Em nota, o metrô afirmou nesta terça-feira (10) que afastou os agentes, que permanecerão fora de suas funções enquanto o caso é apurado. 

Dois seguranças imobilizam jovem de 14 anos, dobrando os braços do adolescente atrás das costas, durante abordagem neste domingo (8) na estação Tamanduateí, linha 2-verde do metrô - Reprodução

Segundo o Metrô afirmou nesta segunda-feira (9), uma usuária alertou os agentes sobre um menor “em atitude suspeita”. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública, da gestão João Doria (PSDB), afirmou também na segunda que o adolescente entregava papéis com pedidos de ajuda a passageiros em um vagão, quando foi abordado por seguranças, que o acusam de furtar passageiros. Neste momento, ainda segundo secretaria, o menor reagiu à abordagem. Nenhum objeto foi encontrado com o adolescente e nenhuma suposta vítima localizada, disse a pasta. 

Segundo o vídeo, dois seguranças mantêm os dois braços do menor dobrados pelas costas, enquanto o garoto grita de dor. “Olha o tamanho de vocês [seguranças], soltem o menino”, afirma uma passageira, destacando o uso excessivo de força contra o adolescente. 

Outros usuários do metrô se manifestam contra a ação dos seguranças, que acabam soltando o jovem, que se deita no chão chorando e, mais uma vez, é imobilizado por um segurança, que coloca o joelho sobre a barriga do menor. 

A SSP afirmou ainda na segunda que a Polícia Civil solicitou imagens de câmeras de monitoramento da estação. A pasta disse que as investigações prosseguem "para esclarecer os fatos". 

O caso foi registrado como lesão corporal, abuso de autoridade, ato infracional de furto e é investigado pelo 56º DP (Vila Alpina).

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