Verão exige atenção redobrada na prevenção contra as micoses

Estação do ano marcada por tempo quente e úmido favorece contágio da doença

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São Paulo

Os meses mais quentes do ano também são o momento em que muitas pessoas aproveitam para relaxar ou refrescar-se em praias ou piscinas. Mas o tempo quente e úmido também é o favorito dos fungos, que são os causadores das micoses. 

Não à toa, essa época do ano, com as férias escolares e maior aglomeração de pessoas, é a que apresenta maior incidência da proliferação dessas doenças, que podem atingir a pele, as unhas e os cabelos.

Segundo a médica Leninha Valério do Nascimento, coordenadora do curso de pós-graduação do serviço de dermatologia tropical do Hospital Central do Exército, além do clima quente do verão, a mudança do pH (grau de acidez) da pele também contribui para a disseminação da doença.

Ela conta que existem três tipos de contágio: inter-humano, que é quando uma pessoa transmite a micose para a outra, o de animais (por meio de cães e gatos que tenham a doença), além de terra e areia contaminadas.

A dermatologista Gabriela Capareli, no entanto, explica que, apesar do clima favorável para os fungos no verão, é possível adotar algumas medidas para prevenir a doença.

A médica diz que nesta estação é comum as pessoas frequentarem locais que as deixam mais expostas. No caso das piscinas públicas, o tratamento com o cloro pode eliminar os fungos que causam micose, mas eles podem permanecer nas bordas e em outros objetos de uso coletivo, como as cadeiras de sol, ou até mesmo no lava-pés.

Andar descalço em vestiários ou permanecer muito tempo com a roupa molhada podem ser outras situações que favorecem a contaminação pela doença. 

Gabriela explica que os fungos se alimentam da queratina da pele, cabelos ou unhas, e causam uma reação inflamatória local.

Evitar o uso prolongado com água e sabão, secar muito bem as axilas, virilhas e entre os dedos dos pés também ajuda no combate da doença. "Outro cuidado importante é não compartilhar toalhas, roupas, escovas de cabelo e bonés, pois estes objetos podem transmitir doenças", afirma a médica.

Também é aconselhável usar somente o seu material de manicure.

Piscina do Sesc Belenzinho - Vinicius Pereira/Folhapress

Tipos e tratamentos da doença variam

Segundo a dermatologista Leninha do Nascimento, existe variação nos tipos de micose, apesar de todas serem originadas por fungos. Elas são divididas entre as que acometem as camadas mais superficiais da pele, e as que atingem órgãos internos.

Nas unhas, as micoses alteram a coloração, espessamento e descolamento. Na pele, surgem lesões arredondadas, escamativas e que coçam bastante. Tem ainda as frieiras, que geram vermelhidão, rachaduras, coceira e ardência, principalmente entre os dedos dos pés. "Outro tipo de micose comum é a candidíase, que costuma atingir dobras como axilas, virilha, embaixo das mamas", explica a dermatologista Caroline Assed Saad.

A médica Gabriela Capareli conta que, caso não sejam adequadamente tratadas, essas doenças da pele podem causar a perda definitiva dos cabelos, deformidades irreversíveis das unhas e podem comprometer ossos e atingir a corrente sanguínea.

Os cuidados após a contaminação dependem da localização e da extensão da doença. "A grande maioria é tratada com antifúngicos em creme, mas também pode ser necessária a medicação oral", conta Gabriela. O tempo do tratamento pode variar de alguns meses a até anos.

Saiba mais

O que são as micoses
São infecções provocadas por fungos presentes nas plantas, solo e animais

Locais atingidos mais comuns
As micoses costumam atingir as unhas, a pele e os cabelos

Sintomas
Dependem da localização

  • No couro cabeludo: podem produzir descamação, vermelhidão, prurido ou queda de cabelo
  • Na pele: geralmente são lesões avermelhadas, ovaladas, com bordas mais elevadas
  • Nas unhas: podem levar a deformidade, como ondulações e mudança na coloração


Diagnóstico
Exame clínico por um dermatologista

Riscos
Em caso de não tratadas, as micoses podem levar à perda definitiva de cabelos, deformidades irreversíveis das unhas e, em casos mais graves, pode favorecer infecções mais profundas que atingem a corrente sanguínea e os ossos

Tratamento
Depende da localização e extensão da doença. A maioria é tratada com cremes antifúngicos loção ou spray. Alguns casos requerem tratamento com medicamentos orais

Verão
É a estação mais propícia para a proliferação das micoses por causa do clima quente e úmido, ambiente favorito dos fungos

Praia e piscina
Piscinas públicas e praias são ambientes com alta umidade e grande circulação de pessoas, o que aumenta o risco de contágio

Prevenção

  • Usar o próprio material ao ir à manicure
  • Não andar descalço em locais que sempre estão úmidos, como vestiários, saunas e lava-pés de piscinas
  • Evitar o contato prolongado com água e sabão e secar muito bem pés, axilas e virilha após o banho
  • Não ficar com roupas molhadas por muito tempo
  • Não usar calçados fechados por muito tempo
  • Não compartilhar toalhas, roupas, escolas de cabelo ou bonés
  • Evitar roupas muito quentes e justas
  • Evitar o uso de cadeiras de praias de desconhecidos
  • Não ficar na borda da piscina

Fonte: Médica dermatologista Gabriela Capareli

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