Polícia investiga esquema de furto de patinetes em São Paulo
Um ex-funcionário chegou a ser detido duas vezes; oito pessoas são suspeitas
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A Polícia de São Paulo investiga um esquema de furto de patinetes elétricas que envolveria ex-funcionários das empresas que alugam os equipamentos. Segundo a polícia, o grupo vendia os equipamentos na internet, cobrando na faixa de R$ 600.
Na manhã desta quarta-feira (22), foram apreendidas seis patinetes elétricas, 15 carregadores, dois simulacros de pistola e munição de armas de fogo calibre 12 e 38 em operação de busca e apreensão em seis endereços em São Paulo e um em Osasco (Grande SP).
As investigações começaram em 2019, após as empresas Grin e Yellow, que alugam as patinetes e que se fundiram no ano passado, desconfiarem que funcionários e colaboradores terceirizados poderiam estar envolvidos em um esquema de furto dos equipamentos.
Segundo a polícia, em 10 de novembro, um então funcionário de uma das empresas, de 31 anos, foi detido com quatro patinetes elétricas e levado ao 50ª DP. Policiais militares chegaram até ele após desconfiarem de um homem que andava com uma patinete no Jardim Etelvina, região do Itaim Paulista (zona leste). O suspeito disse que havia ganhado o equipamento de um amigo, o então colaborador, que estava com outras três patinetes em casa.
Em 27 de dezembro, o ex-funcionário voltou a ser detido enquanto andava com outro equipamento furtado e sem o aparelho de geolocalização instalado. Ele foi solto após prestar depoimento, segundo a polícia.
O caso está sendo investigado pelo 50º DP (Distrito Policial), no Itaim Paulista. O delegado Cesar Basso Queiroz disse que três patinetes foram apreendidas em um único endereço nesta quarta-feira. As outras três estavam em três diferentes imóveis, sendo que em um deles estavam carregadores, as armas falsas e as munições.
“Só um dos suspeitos estava em casa no momento da operação. Ele foi ouvido e liberado. Vamos convocar outros sete homens para depoimentos”, afirmou. Eles são investigados por associação criminosa e furto qualificado de patinetes elétricas.
"Ainda não sabemos o que os suspeitos vão trazer de novidades ao caso, pois muitos deles ainda serão ouvidos”, disse o advogado Daniel Allan Burg, que conduziu investigações internas dentro das empresas. Ele afirmou que ouviu pessoas que trabalham na Yellow e na Grin em dezembro.
A Grow, controladora das duas empresas, afirmou que não vai divulgar números de equipamentos furtados ou prejuízos, por razões estratégicas. “Esse inquérito corre em sigilo e foi aberto com base em informações colhidas pela empresa em sindicância interna e repassadas às autoridades policiais”, disse, em nota.
O pedido de busca e apreensão foi assinado em 15 de janeiro pela juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli, do Fórum Criminal da Barra Funda (zona norte).