Cuidadora assume participação no roubo que terminou na morte de médico, diz polícia
Segundo a polícia, ela afirmou que entregou as chaves do apartamento a um dos assaltantes
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A cuidadora do médico infectologista aposentado Murillo de Oliveira Villela, 93 anos, confessou ter participado do roubo que terminou na morte dele, segundo a delegada Zuleika Gonzalez Araújo, titular do 78° DP (Jardins). A afirmação foi feita na manhã desta sexta-feira (21).
Segundo a polícia, Rosa Rodrigues Barbosa, de 38 anos, que trabalhava na casa do médico havia sete meses e foi presa, confessou ter entregado as chaves da entrada principal do prédio e do apartamento do médico a Vagner Aparecido Ferreira, que não teve a idade informada. Ele está foragido.
Questionada, a polícia disse desconhecer se os suspeitos contam com advogados constituídos, A reportagem também não encontrou nenhum defensor de ambos.
Como eram codificadas, as chaves não poderiam ser copiadas. O suspeito é apontado como um dos três homens que invadiram o apartamento da vítima, no bairro da Consolação (região central da capital paulista), na manhã da última quinta-feira (20).
Segundo a delegada, policiais foram na quinta-feira (20) à casa do suspeito, mas ele já havia fugido. A mulher dele estava no local e foi levada à delegacia para prestar esclarecimentos. Até este momento, ela não é apontada como suspeita.
Ao chegar com a mulher na delegacia, os policiais constataram que ela e a cuidadora do médico se conheciam. Inicialmente, a funcionária da vítima negou ter envolvimento com o roubo. Entretanto, após cair em contradições, acabou assumindo participação no crime, segundo a polícia. Ela teria informado ainda que foi do suspeito a ideia do roubo.
A delegada diz que o crime estava sendo planejado havia duas semanas. Eles queriam roubar um cofre do apartamento do médico, no qual acreditavam que houvesse alto valor em espécie. Segundo a polícia, o cofre levado tinha cerca de R$ 1.000.
A cuidadora teve a prisão temporária decretada pela Justiça. A Polícia Civil espera que a Justiça emita nas próximas horas um mandado de prisão contra o suspeito.
O delegado Albano David Fernandes, diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), explica que os dois responderão por latrocínio (morte em assalto), ainda que não tivessem a intenção de matar o médico, que acabou passando mal durante o roubo.
A causa da morte ainda não foi divulgada pelo IML (Instituto Médico Legal).
O caso foi o segundo envolvendo cuidadores de idosos na região central de São Paulo que vai parar na polícia nesta semana. Na quarta-feira (19), Uma mulher de 40 anos foi apontada como suspeita de furtar cerca de R$ 1 milhão de uma professora universitária aposentada, de 93 anos, no decorrer de oito anos, período em que trabalhou no apartamento de alto padrão da vítima, no bairro de Cerqueira César.
Além dela, um casal, 37 e 32 anos, e um homem, 66, também foram indiciados nesta quarta-feira (19) por serem “beneficiados” com o dinheiro da idosa. Este último suspeito, segundo a polícia, conta com passagens criminais por furto qualificado e jogo de azar. A defesa dos suspeitos não foi localizada pela reportagem.