Cuidadora de idosos é suspeita de furtar R$ 1 milhão de vítima de 93 anos em SP
Suspeita e mais três pessoas foram indiciadas por furto e formação de quadrilha
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Uma cuidadora de idosos de 40 anos é suspeita de furtar cerca de R$ 1 milhão de uma professora universitária aposentada, 93, no decorrer de oito anos, período em que a mulher trabalhou no apartamento de alto padrão da vítima, no bairro de Cerqueira César (centro da capital paulista).
Além dela, um casal, 37 e 32 anos, e um homem, 66, também foram indiciados nesta quarta-feira (19) por serem “beneficiados” com o dinheiro da idosa. Este último suspeito, segundo a polícia, conta com passagens criminais por furto qualificado e jogo de azar. A defesa dos suspeitos não foi localizada pela reportagem.
Segundo a DPPD (Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência), a vítima percebeu em setembro de 2018 que haviam sumido R$ 577 mil de sua conta. Por isso, ela registrou um boletim de ocorrência de furto.
A partir de então, policiais começaram a investigar quem teria retirado o dinheiro da conta da idosa.
Ainda segundo a DPPD, investigadores identificaram quatro pessoas, incluindo a cuidadora, como as pessoas que teriam furtado a grana da vítima, que é cadeirante. Durante as investigações, os furtos continuaram, chegando a R$ 1 milhão, ainda de acordo com a polícia.
Após a identificação dos suspeitos, que residem nas cidades de Franco da Rocha e Francisco Morato, ambas na Grande SP, a polícia solicitou à Justiça mandados de busca e apreensão, além de prisão preventiva contra os suspeitos. Porém, o Tribunal de Justiça expediu somente cinco mandados de busca, dos quais três foram cumpridos na manhã desta quarta.
A polícia apreendeu celulares, comprovantes de transações bancárias, além de R$ 1.300 em dinheiro.
Como o mandado de prisão não foi expedido, todos os acusados vão responder em liberdade pelos crimes de furto qualificado, formação de quadrilha e por reter dinheiro de pessoa com deficiência.
A polícia acrescentou que a grana furtada da idosa foi restituída pelo banco onde ele tem conta, nos saques comprovadamente fraudulentos.
O golpe
Segundo a polícia, a idosa mora sozinha e, por isso, contratou o serviço particular de cuidadores. Três profissionais, incluindo a suspeita, se revezavam para cuidar da professora aposentada 24 horas por dia.
A vítima não usa cartão bancário e, para sacar dinheiro, assina cheques, geralmente de R$ 4.000, para que as cuidadoras os descontassem em agências bancárias.
Em depoimento, a suspeita afirmou que, “em certa ocasião”, viu o extrato bancário da vítima, no qual constava mais de R$ 1 milhão de crédito.
Como a vítima usa somente talões de cheque, a golpista furtava folhas e seus canhotos, falsificava a assinatura da idosa e sacava dinheiro, que usava ou repassava para seus comparsas. Toda a grana furtada foi gasta pelo bando.
A suspeita ainda afirmou que fez os furtos porque estaria "passando por dificuldades financeiras."
Os saques, segundo a polícia, eram geralmente de R$ 10 mil ou R$ 15 mil. Porém, a polícia apreendeu cheques de até R$ 4 milhões, que retornaram. “Isso foi feito para testarem o limite da conta da vítima”, afirmou um policial em condição de anonimato.
O delegado seccional do centro, Roberto Monteiro, afirmou que este tipo de crime “é comum” contra idosos. “Algumas pessoas se apresentam como cuidadores para furtar ou realizar crime de estelionato contra idosos. Com todo respeito à categoria de cuidadores, há infelizmente pessoas que usam este subterfúgio para praticar crimes”, afirmou.