Veja linhas de ônibus que mais perderam passageiros em São Paulo após o coronavírus

Número de pessoas transportadas voltou a cair na última segunda-feira

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São Paulo

O número de passageiros transportados pelos ônibus municipais da capital paulista voltou a cair na última segunda-feira (13), após a alta registrada no mesmo dia da semana passada. Ainda assim, o volume é maior que o do dia 30 de março, segunda-feira com o menor volume de pessoas nos coletivos de São Paulo desde o início da crise.

Segundo dados da SPTrans, foram 2,6 milhões de passageiros na última segunda (13), 4,3% a menos do que no dia 6, quando os ônibus da capital paulista levaram 2,72 milhões de pessoas.

O dia 13 inverteu a tendência de queda na quantidade de pessoas no transporte público municipal, com 331 mil passageiros a mais do que no dia 30 (a segunda-feira anterior). Com o aumento, a gestão Bruno Covas (PSDB) se viu obrigada a ampliar a frota, colocando em circulação na quarta-feira (8) 424 ônibus em 196 linhas da capital.

A reportagem apurou que, entre as 100 linhas mais movimentadas da cidade, a 3763-10 (Term. Vila Carrão/Metrô Tatuapé) foi aquela que, proporcionalmente, mais perdeu passageiros. Antes da crise provocada pelo coronavírus, no dia 9 de março, transportou pouco mais de 30 mil pessoas. Na última segunda, foram 7.220 (redução de 76,5%).

Linha de ônibus 3763-10 Term. Vila Carrão/Metro Tatuapé, rota que mais teve redução de passageiros depois do inicio da quarentena - Rubens Cavallari/Folhapress

Por outro lado, houve também casos em que a redução não foi tão significativa, diante do apelo para que as pessoas ficassem em casa. Foi o que aconteceu na linha 6035-10 (Jardim Gilda/Santo Amaro), que perdeu pouco mais de 2,2 mil passageiros ao dia —de 8.509 para 6.255, uma queda de 26,5%.

Os ônibus da capital perderam, em média, 70,5% dos passageiros, na comparação entre 9 de março e 13 de abril. A queda nas linhas noturnas, que transportam principalmente trabalhadores de baixa renda, foi ainda maior, de 77%. Na última segunda, foram 5.647 passageiros nos coletivos com horário de partida entre a meia-noite e 4h. No dia 9 de março, 24.724 —redução de 77%, ou como se três em cada quatro pessoas tivessem deixado de tomar o ônibus.

Páscoa

No último domingo (12), os ônibus da capital receberam mais passageiros do que no mesmo dia da semana anterior. Apesar dos apelos das autoridades para que as pessoas permanecessem em casa, houve um aumento de 3,8% entre aqueles que cruzaram as catracas do transporte público municipal —949 mil ante 914 mil, uma diferença equivalente a um estádio do Pacaembu, hoje usado como hospital de campanha lotado.

Mudança

A doméstica Ildete de Oliveira, 55 anos, disse que houve uma redução no número de passageiros na linha 3763-10 (Term. Vila Carrão/Metrô Tatuapé), mas muito pelo fato de ter diminuído a quantidade de ônibus na linha. “Antes, tinha praticamente de cinco em cinco minutos”, afirma.

Ildete conta que toma ônibus dessa linha há sete anos. A doméstica só viu situação parecida na época das férias escolares. “Tem muitos alunos e professores”, afirma.

Além da linha 3763-10, Ildete afirma que pega outros dois ônibus para chegar ao trabalho e que se cuida. “Ando com máscara simples, que troco de duas em duas horas. E, a cada ônibus, passo álcool em gel”, afirma.

A operadora de telemarketing Bianca Cristina Silva, 19 anos, também se vê obrigada a tomar o ônibus diariamente, porque não houve paralisação nas suas atividades. “Por causa da pandemia, todos os ônibus estão com menos pessoas. Só é cheio de manhã”, diz.

Bianca também afirma que se cuida ao embarcar. "Estou passando álcool em gel nas mãos, porque é o único jeito. Máscara ainda não tive a oportunidade de comprar, porque não encontro em lugar nenhum.”

Veja os números

Dia Passageiros Transportados Em relação à segunda anterior (%) Em relação ao período anterior à crise
9 de março 8.831.401 - -
16 de março 7.354.644 -16,7 -16,7
23 de março 2.863.364 -61,1 -67,6
30 de março 2.391.211 -16,5 -72,9
6 de abril 2.722.928 13,9 -69,2
13 de abril 2.604.735 -4,3 -70,5

Linhas que mais perderam*

Linha 9 de março 13 de abril %
3763-10 - Term. Vila Carrão/Metrô Tatuapé 30696 7220 -76,48
2290-10 - Term. São Mateus/Term. Parque Dom Pedro 2º 25747 6589 -74,41
574J-10 - Metrô Conceição/Term. Vila Carrão 20797 5463 -73,73
607C-10 - Jardim Miriam/Shopping Morumbi 36876 9832 -73,34
209P-10 - Cachoeirinha/Term. Pinheiros 23369 6234 -73,32
5318-10 - Chácara Santana/Pça. da Sé 20711 5788 -72,05
917H-10 - Mercado Pirituba/Vila Mariana 25833 7588 -70,63
971X-10 - Term. Cachoeirinha/Metrô Santana 19222 5651 -70,60
407J-10 - Jardim Soares/Metrô Tatuapé 24347 7172 -70,54
5108-10 - Jardim Celeste/Term. Parque Dom Pedro 2º 21473 6366 -70,35

Linhas que menos perderam*

Linhas 9 de março 13 de abril %
6035-10 - Jd. Gilda/Santo Amaro 8.509 6.255 -26,49
6093-10 - Vargem Grande/Term. Varginha 10.981 7.950 -27,60
11780-10 - São Miguel - Pça. do Correio 13.098 8.163 -37,68
737A-10 - Term. Jd. Ângela/Term. Santo Amaro 15.881 8.815 -44,49
6057-10 - Vila Natal/Term. Grajaú 13.327 7.278 -45,39
5362-10 - Pq. Res. Cocaia - Pça. da Sé 13.224 7.131 -46,08
6960-10 - Term. Varginha/Term. Santo Amaro 12.984 6.963 -46,37
7005-51 - Jd. Vera Cruz/Metrô Capão Redondo 11.214 6.001 -46,49
695X-10 - Term. Varginha/Metrô Jabaquara 17.477 9.287 -46,86
6072-10 - Jd. São Nicolau/Term. Varginha 12.399 6.510 -47,50

*entre as 100 com mais passageiros na capital

Fonte: SPTrans

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