Grande SP será dividida em 5 para análise sobre reabertura

Plano foi anunciado pelo governador João Doria após pressão de prefeitos de Guarulhos e do ABC

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São Paulo

Após ser pressionado por prefeitos de Guarulhos e da cidades da região do ABC, o governo de São Paulo, gestão João Doria (PSDB), mudou a forma de análise do plano de reabertura econômica na Grande São Paulo. Agora, a região metropolitana foi dividida em cinco microrregiões para avaliação dos indicadores de contágio do novo coronavírus ou ocupação de leitos de UTIs (unidades de terapia intensiva) por pacientes com a Covid-19.

As análises regionalizadas serão realizadas semanalmente. ​O anúncio sobre os novos dados e as novas classificações das cidades ocorrerá na próxima quarta-feira (3). Na data, os municípios saberão se poderão iniciar um processo de reabertura do comércio, por exemplo, fechado desde o início da quarentena, em março.

Movimento na entrada do Hospital Municipal de Diadema; cidades da Grande SP são definidas em grupos para reabertura econômica por causa do novo coronavírus - Rubens Cavallari - 23.abr.20/Folhapress

A capital paulista não foi incluída na subdivisão. A cidade de São Paulo, que está em uma faixa laranja (a Grande SP é vermelha), pode começar a definir a partir de segunda-feira como será a reabertura de lojas, shoppings, imobiliárias e concessionárias, entre outros. Bares, restaurantes, salões de beleza e academias de ginásticas ainda não têm autorização para abrir.

Com a medida, as avaliações serão feitas com base nos dados dessas microrregiões, e não mais individualmente por cada cidade, o que poderá facilitar a reabertura de pelo menos parte dos municípios da Grande São Paulo.

Isso ocorre porque para avalizar o início do processo de reabertura de cada local, o governo estadual analisa indicadores como capacidade hospitalar e taxa de avanço do coronavírus. Quando estes dados são avaliados conjuntamente, os números de cidades com um índice ruim se somam ao de cidades com melhores índices.

O prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, o Guti (PSD), firma que qualquer plano de flexibilização em relação à quarentena deve ser discutido em bloco entre os municípios da região metropolitana.

Segundo a administração guarulhense, a insatisfação com o processo de reabertura que vinha sendo conduzido pelo estado foi manifestado em reuniões com secretários estaduais.

Em nota, a Prefeitura de Guarulhos afirma que "é necessária uma flexibilização responsável das regras, que levem em conta os mesmos critérios para todas as cidades, privilegiando a defesa da vida, mas entendendo que se deve avançar na liberação de alguns segmentos comerciais".

Ainda segundo o texto, Guarulhos discute junto ao setor produtivo um plano de liberação faseada de segmentos, "a partir de protocolos de distanciamento e assepsia, que poderá vir a ser implantado dependendo da evolução positiva de índices de isolamento social e oferecimento de leitos de UTI".

Em Guarulhos, os leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) municipais e estaduais destinados para pacientes com Covid-19 já têm taxa de ocupação de 100%. Os de enfermaria estão com taxa é de 71%. A cidade já tem ao menos 2.378 casos confirmados da doença e 255 óbitos.

O Consórcio Intermunicipal Grande ABC também questionou o plano de abertura do governo estadual e protocolou, na quinta-feira (28), uma proposta de reconsideração das regras de flexibilização da quarentena.

O grupo reúne as administrações municipais das cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. O pedido do colegiado de prefeitos foi entregue ao secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, em reunião realizada no Palácio dos Bandeirantes.

A retomada controlada das atividades econômicas no estado começa a partir de 1º de junho. Segundo o governo, a subdivisão permite a classificação individualizada das regiões, de acordo com características demográficas e critérios técnicos de saúde, com a capacidade hospitalar para atendimento de casos de Covid-19 e a taxa de avanço de casos e mortes provocadas pelo coronavírus.

“A Grande São Paulo será dividida em cinco regiões por abrigar mais de 22 milhões de habitantes e contar com uma organização de saúde com distribuição de leitos e internação hospitalar própria. Devido ao tamanho e complexidade, além da capacidade e disposição dos prefeitos, cada uma destas cinco regiões será avaliada individualmente”, afirmou Doria, em entrevista coletiva na tarde desta sexta.

Na coletiva, o governador negou que tivesse ocorrido qualquer tipo de pressão e afirmou que a decisão foi tomada em comum acordo com os prefeitos dos 38 municípios. “Com essa divisão, será possível ter uma análise ainda mais precisa de critérios técnicos de saúde para classificação apropriada de fases de retomada consciente”, acrescentou Doria.

Em nota, o governo estadual afirma que o com o plano de flexibilização da quarentena foi introduzida uma avaliação semanal por região da situação da epidemia e das condições no sistema de saúde em cada uma das 16 Regiões do território paulista, incluindo a região metropolitana.

"Caso haja alteração dos indicadores, as regiões poderão evoluir da zona vermelha, mais rigorosa, para a azul, abertura total controlada, passando pelas fases intermediárias de abertura de cores laranja, amarelo e verde. á, contudo, possibilidade de involução, caso se verifique piora dos índices avaliados. O governo priorizou nesta avaliação os setores da economia que geram mais postos de trabalho, que têm maior risco de falência ou possuem menos risco de transmissão da Covid-19", diz o texto.

Baixada Santista

Em uma análise prévia, pelos dados atuais, Baixada Santista estaria hoje classificada na Fase 2 Laranja, a exemplo do que acontece com a cidade de São Paulo, o que permitiria a reabertura de algumas atividades econômicas.

Segundo o governo do estado de São Paulo, durante um encontro com os prefeitos das nove cidades da Baixada Santista, em reunião do Condesb, ocorreu um "entendimento, após a apresentação de leitos na região e a inclusão na aferição do estado".

A consolidação será feita, com todos os dados e critérios que compõem o Plano São Paulo, na próxima terça-feira (2) para todo o estado e será divulgada na quarta-feira (3), às 12h30. Isso que dizer que a situação das cidades do litoral ainda poderá mudar até a oficialização na próxima semana.

Como fica

As cidades da Região Metropolitana ficam divididas nas seguintes regiões:

Norte

  • Caieiras, Cajamar
  • Francisco Morato
  • Franco da Rocha
  • Mairiporã

Sudeste/ABC

  • Diadema
  • Mauá
  • Ribeirão Pires
  • Rio Grande da Serra
  • Santo André
  • São Bernardo do Campo
  • São Caetano do Sul

Leste/Alto Tietê

  • Arujá
  • Biritiba-Mirim
  • Ferraz de Vasconcelos
  • Guararema
  • Guarulhos
  • Itaquaquecetuba
  • Mogi das Cruzes
  • Poá
  • Salesópolis
  • Santa Isabel]
  • Suzano

Sudoeste

  • Cotia
  • Embu
  • Embu-Guaçu
  • Itapecerica da Serra
  • Juquitiba
  • São Lourenço da Serra
  • Taboão da Serra
  • Vargem Grande Paulista;

Oeste

  • Barueri
  • Carapicuíba
  • Itapevi
  • Jandira
  • Osasco
  • Pirapora do Bom Jesus
  • Santana de Parnaíba.

Obs.: A divisão foi feita com base na lei complementar nº 1.139, de junho de 2011, que prevê as redes regionais de Assistência à Saúde na Região Metropolitana, com a especificação das sub-regiões

Fonte: Governo de São Paulo

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