Menina de 4 anos se recupera da Covid após ser intubada e ficar 12 dias na UTI

Após ser avaliada como suspeita de dengue, ela chegou em estado grave a hospital de São José do Rio Preto

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

No início da pandemia do novo coronavírus, as informações que vinham de outros países davam conta de que a doença atacava principalmente idosos e pessoas com comorbidades. No entanto, os especialistas sempre deixaram claro que a Covid-19 poderia contaminar qualquer pessoa. Maior prova disso é a pequena Nicolly Campos Zanesco, de apenas 4 anos, que ficou 12 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança e Maternidade (HCM), em São José do Rio Preto (SP), a 440 km de São Paulo.

Nicolly Campos Zanesco e os pais, Letícia e Anderson; a menina de 4 anos ficou internada 12 dias na UTI, sendo 10 intubada para se recuperar da Covid-19 - Arquivo Pessoal

Sem problemas de saúde anteriores, segundo a mãe, Letícia Lopes Campos, 23, Nicolly começou a apresentar febre e a reclamar de dores nos olhos, na barriga e na cabeça no começo de julho. Foi quando a mãe a levou à Santa Casa de Tanabi, a 478 km da capital paulista.

Após ser atendida, Letícia diz que o médico começou a tratá-la como suspeita de dengue e dor de garganta. Após tomar soro, elas voltaram para casa. No entanto, com o passar dos dias os sintomas da menina só aumentaram e elas voltaram para a Santa Casa, onde ficou internada por uma noite. Como sua situação não melhorava, ela foi transferida para o HCM, na cidade vizinha.

“A gente não sabia o que fazer, porque foi muito rápido. Ela foi internada com suspeita de dengue e garganta inflamada e ninguém falava de Covid. Logo que foi transferida para o HCM, foi intubada às pressas na UTI. Foi desesperador”, lembra a mãe, que também foi contaminada com o coronavírus, mas ficou assintomática e afirma não ter ideia de como pegaram o vírus, já que estavam em quarentena.

“Ela fez o exame de coronavírus e deu positivo. Foi um susto para nós porque realmente não esperávamos, ainda mais em uma criança tão nova. O médico disse que o caso era muito grave porque o pulmão dela ficou inteiro fechado, precisou ficar até de bruços para ser intubada.”

Os dias que se seguiram foram de muita angústia para Letícia e o marido, Anderson, 32, que só tinham notícia da filha por telefonemas do hospital. Nicolly ficou 12 dias na UTI, sendo 10 intubada, período em que sofreu uma parada cardiorrespiratória e foi reanimada pela equipe médica. Quando se recuperou, ainda passou mais 4 dias na unidade semi-intensiva antes de ter alta.

“No finalzinho as enfermeiras começaram a fazer chamadas de vídeo com ela. Mesmo assim, era uma angústia por a gente ficar em casa e ela lá no hospital. Assim que teve alta da UTI eu fui ficar com ela”, conta Letícia. “Ela estava meio assustada. Ficou meio quietinha, com medo. Até na hora de dormir ela ficou segurando minha mão a noite inteira com medo de eu ir embora.”

No primeiro dia que reviu a filha, Letícia preparou uma carta de agradecimento à equipe do hospital. “Eles foram heróis porque o que fizeram pela minha filha é só gratidão. Fiz a carta e levei uma cesta com bombons para agradecer ao pessoal da UTI pediátrica.”

Nicolly recebeu alta no dia 24 de julho e voltou a sua vida normal em Tanabi. “Ela está bem. Graças a Deus o pior já passou”, finaliza Letícia.

A carta escrita por Letícia, mãe de Nicolly, para a equipe médica do Hospital da Criança e Maternidade, em São José do Rio Preto (SP) - Arquivo Pessoal

Notícias relacionadas