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Vacina é vital para o tratamento e a erradicação das doenças

Campanhas nacionais ajudaram a dar fim a enfermidades, mas há pessoas que são contra a vacinação

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São Paulo

No início do século 20, as doenças infecciosas, como poliomielite, coqueluche, difteria, varíola e sarampo, representavam grande parte das mortes no Brasil. Com a melhora da condição de vida e, principalmente, pelas campanhas de vacinação, esse panorama mudou.

Segundo a Revista Brasileira de Epidemiologia, em 1901, entre as 10 principais causas de morte na capital paulista, 5 eram doenças infecciosas, correspondendo a 45,7% das mortes; em 2000 apenas a pneumonia constava entre as principais causas e representava 9,7%.

Desde que o Ministério da Saúde instituiu o Plano Nacional de Imunizações, em 1973, essas doenças foram sendo controladas e, algumas, como a poliomielite, erradicadas. O sucesso dessas campanhas de vacinação [confira na arte abaixo] está ligado diretamente à aceitação das pessoas.

No entanto, ainda há muitos que são contra a vacina, que se recusam a ser vacinados ou levar os filhos para serem imunizados.

Um dos motivos alegados é que a vacina é produzida com toxinas e componentes dos micro-organismos que causam a doença. Nesse caso, há versões atenuadas (vírus ou bactéria enfraquecidos) ou inativas (vírus ou bactéria mortos).

“São questões religiosas, ideológicas e crenças erradas de que a doença não existe, de que não precisa de vacinação”, afirma Lessandra Michelin, infectologista e diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia, explicando que é o mesmo princípio de alguns antigos tabus, como comer manga com leite fazer mal. “O que chama mais a atenção é que são pessoas esclarecidas, que têm toda informação, mas que não acreditam. Se não fosse a vacina, teríamos doenças com impacto devastador, como aumento nos casos de sarampo, que deixa sequelas neurológicas permanentes”, finaliza.

“Historicamente temos vários exemplos de vacinas que mudaram o curso de doenças, como a poliomielite ou o sarampo, que eram doenças que matavam ou que deixavam sequelas com sérias preocupações de saúde pública”, diz Gustavo Mendes, gerente geral de Medicamentos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “As vacinas no cenário da saúde são muito importantes.”

Governador de São Paulo, João Doria (PSDB) mostra ampola da vacina Coronovac no Hospital das Clínicas de São Paulo; produto está sendo testado na capital paulista - Governo do Estado de São Paulo/Divulgação

Expectativa pela vacina contra a Covid

Após mais de seis meses dos primeiros casos do novo coronavírus no mundo, cientistas dos quatro continentes trabalham dia e noite para fazerem uma vacina eficaz contra a Covid-19, que já infectou mais de 17 milhões de pessoas e matou quase 700 mil.

Segundo Gustavo Mendes, gerente geral de Medicamentos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), responsável pela aprovação dos remédios no Brasil, houve uma mudança no processo de desenvolvimento das vacinas para agilizar a fabricação.

"Usualmente, o desenvolvimento levaria 10 anos, seguindo o rito das fases da pesquisa clínica (1,2 e 3), acontecendo de forma sequencial. Agora temos um cenário em que precisamos acelerar este desenvolvimento com as três fases acontecendo ao mesmo tempo. Neste caso da vacina da Covid-19, podemos falar em um ano ou até menos, dependendo do quanto os resultados gerados serão promissores."

Vacinas | A importância na prevenção das doenças

CRIANÇA
Os postos de Saúde ou UBS (Unidade Básica de Saúde) oferecem as vacinas disponíveis no Calendário Nacional de Vacinação. A maioria delas é destinada a crianças, que devem ser levadas pelos pais ou responsáveis com o cartão/caderneta de vacinação. O ideal é que cada dose seja administrada na idade recomendada. Porém, se perdeu o prazo para alguma dose é importante voltar à unidade de saúde para atualizar as vacinas.

Ao nascer
BCG (Bacilo Calmette-Guerin) – (previne as formas graves de tuberculose, principalmente miliar e meníngea) - dose única
Hepatite B–(previne a hepatite B) - dose ao nascer

2 meses
Penta (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B) – 1ª dose
Vacina Poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) - (VIP) (previne a poliomielite) – 1ª dose
Pneumocócica 10 Valente (conjugada) (previne a pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1ª dose
Rotavírus humano (previne diarreia por rotavírus) – 1ª dose

3 meses
Meningocócica C (conjugada) - (previne a meningite do sorogrupo C) – 1ª dose

4 meses
Penta – 2ª dose
Vacina Poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) – 2ª dose
Pneumocócica 10 Valente (conjugada) – 2ª dose
Rotavírus humano – 2ª dose

5 meses
Meningocócica C (conjugada) – 2ª dose

6 meses
Penta – 3ª dose
Vacina Poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) – 3ª dose

9 meses
Febre Amarela – uma dose (previne a febre amarela)

12 meses
Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) – 1ª dose
Pneumocócica 10 Valente (conjugada) – Reforço
Meningocócica C (conjugada) – Reforço

15 meses
DTP (previne a difteria, tétano e coqueluche) – 1º reforço
Vacina Poliomielite 1 e 3 (atenuada) – 1º reforço
Hepatite A – uma dose
Tetra viral – (previne sarampo, rubéola, caxumba e varicela/catapora) - Uma dose

4 anos
DTP – 2º reforço
Vacina Poliomielite 1 e 3 (atenuada) - 2º reforço
Varicela atenuada (previne varicela/catapora) – uma dose

Atenção: Crianças de 6 meses a 5 anos (5 anos 11 meses e 29 dias) de idade deverão tomar uma ou duas doses da vacina influenza durante a Campanha Anual de Vacinação da Gripe.

ADOLESCENTE

Algumas vacinas só são administradas na adolescência, outras precisam de reforço nessa faixa etária. Além disso, doses atrasadas também podem ser colocadas em dia.

Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos
HPV (previne o papiloma, vírus humano que causa cânceres e verrugas genitais) - 2 doses (seis meses de intervalo entre as doses)

11 a 14 anos
Meningocócica C (conjugada) – Dose única ou reforço (a depender da situação vacinal anterior)

10 a 19 anos
Hepatite B - 3 doses*
Febre Amarela – 1 dose*
Dupla Adulto (dT) (previne difteria e tétano) – Reforço a cada 10 anos
Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) - 2 doses*
Pneumocócica 23 Valente (previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1 dose*

* a depender da situação vacinal anterior


ADULTO
Além de se proteger, a vacinação nos adultos também evita a transmissão para outras pessoas que não podem ser vacinadas. Imunizados, familiares podem oferecer proteção indireta a bebês que ainda não estão na idade indicada para receber algumas vacinas.

20 a 59 anos
Hepatite B - 3 doses*
Febre Amarela – dose única*
Tríplice viral – Verificar a situação vacinal anterior, se nunca vacinado: receber 2 doses (20 a 29 anos) e 1 dose (30 a 49 anos)
Dupla adulto (dT) – Reforço a cada 10 anos
Pneumocócica 23 Valente – 1 dose

* a depender da situação vacinal anterior


IDOSO
São quatro as vacinas disponíveis para pessoas com 60 anos ou mais, além da vacina anual contra a gripe:

Hepatite B - 3 doses*
Febre Amarela – dose única*
Dupla Adulto (dT) – Reforço a cada 10 anos
Pneumocócica 23 Valente – reforço* (A vacina está indicada para população indígena e grupos-alvo específicos, como pessoas com 60 anos e mais não vacinados que vivem acamados e/ou em instituições fechadas)
Influenza – Uma dose (anual)

* a depender da situação vacinal anterior


GESTANTE

A vacina para mulheres grávidas é essencial para prevenir doenças para si e para o bebê.

Hepatite B - 3 doses*
Dupla Adulto (dT) – 3 doses*
dTpa (Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto) – (previne difteria, tétano e coqueluche) – Uma dose a cada gestação a partir da 20ª semana de gestação ou no puerpério (até 45 dias após o parto).
Influenza – Uma dose (anual)

* a depender da situação vacinal anterior

Fonte: Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde

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