Armas são furtadas de cofre em delegacia da capital paulista
Ao todo, dez revólveres e três pistolas apreendidos pelo 99º DP (Campo Grande) em ocorrências sumiram; cofre não tinha sinais de arrombamento
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Treze armas foram furtadas de um cofre do 99º DP (Campo Grande), na região de Santo Amaro (zona sul da capital paulista). O sumiço de três pistolas e dez revólveres foi percebido pelo escrivão-chefe da delegacia no último dia 14. Ainda não foram identificados suspeitos pelo crime.
Segundo o boletim de ocorrência, o escrivão foi conferir as armas apreendidas em ocorrências entre 2016 e este ano, pois a delegacia passaria por uma vistoria, mas encontrou o cofre vazio. Além das 13 armas, também foi levado o livro do controle de armamentos apreendidos.
O cofre, segundo o registro policial, não apresentava sinais de arrombamento e fica na sala do escrivão, assim como a chave. “As armas de fogo haviam sido periciadas, lacradas e, como já dito, estavam devidamente armazenadas em cofre apropriado, cuja chave é da guarda, exclusiva, do escrivão-chefe”, diz trecho do boletim de ocorrência.
Ainda de acordo com a polícia, no livro furtado constavam laudos periciais referentes às armas apreendidas. Uma perícia também foi requisitada ao cofre, para verificar de qual forma ele foi aberto.
O caso é acompanhado pela Corregedoria da Polícia Civil e foi registrado como furto.
Uma arma por semana
De acordo com a própria Polícia Civil, no ano passado 63 armas de fogo foram furtadas das delegacias no estado de São Paulo. Considerando o período, é como se uma arma fosse furtada por semana.
Somente em um caso, de 2019, ao menos 81 armas foram furtadas da delegacia da Delegacia Central de Cotia (Grande SP), em abril. O crime também foi constatado, na ocasião, pelo escrivão-chefe do distrito. Quatro pessoas foram presas, incluindo um auxiliar administrativo que prestava serviço no local. Parte do armamento foi recuperado, segundo a polícia, que não especificou a quantidade.
Entre 2015 e 2019, foram levadas 92 armas de fogo de distritos paulistas, sendo 17 revólveres, sete pistolas, quatro espingardas, um rifle, além de 63 armas não especificadas.
Rafael Alcadipani, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma que o furto de armas em delegacias "é uma problemática antiga", vivenciada pela Polícia Civil em São Paulo. "A estrutura da Polícia Civil está sucateada [em São Paulo], prejudicada em termos de investimentos nos últimos 15 ou 20 anos. Os furtos [de armas em distritos] são um sintoma da falta de cuidado com a instituição."
Resposta
A SSP (Secretaria da Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB), afirmou que um inquérito policial foi instaurado para investigar o furto das 13 armas e do livro de registros da delegacia da zona sul. O caso também é acompanhado pela Corregedoria da instituição.