Confira cinco filmes da estrela Ingrid Bergman

Isabella Rossellini, filha da atriz, indicou ao site Oscars.com longas marcantes da diva

A atriz Ingrid Bergman em cena de "Casablanca" - Divulgação

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São Paulo

Em agosto, completaram-se 105 anos do nascimento da atriz Ingrid Bergman, uma das estrelas da era de ouro de Hollywood. Para marcar a data, a Academia de Artes Cinematográficas dos EUA, responsável pelo Oscar, pediu que a atriz Isabella Rossellini, filha de Ingrid, escolhesse cinco filmes da carreira da estrela.

“Minha mãe se descrevia como um pássaro migratório. Ela falava cinco línguas fluentemente (sueco, seu idioma nativo, inglês, francês, italiano e alemão) e trabalhou no cinema e no teatro na Europa e nos Estados Unidos”, afirma Isabella ao site Oscars.com.

Ingrid nasceu em Estocolmo, na Suécia, em 29 de agosto de 1915, filha de mãe alemã e pai sueco. Logo após concluir a formação escolar, decidiu se tornar atriz. Em 1932, aos 17 anos, fez sua primeira participação no cinema, em um papel sem crédito.

Voltou às telas em 1935, já com um personagem maior. Seguiram-se outros longas até “Intermezzo, Uma História de Amor”, em 1936. O produtor David O. Selznick, responsável por filmes como “E o Vento Levou” e “King Kong”, viu o longa e mandou um representante para a Suécia, a fim de assinar um contrato com Ingrid. Foi seu começo em Hollywood.

Logo o público se apaixonou por Ingrid e seus filmes tiveram boas bilheterias. A atriz escolhia bem seus personagens e, entre 1943 e 1945, foi indicada três vezes ao Oscar de melhor atriz: por “Por Quem os Sinos Dobram” (1943), “À Meia-Luz” (1944), que lhe deu seu primeiro prêmio, e “Os Sinos de Santa Maria (1945)”. Ganharia ainda mais dois Oscar.

Um dos momentos mais marcantes de sua vida foi a filmagem de “Stromboli”, na Itália, em 1949. Ingrid e o diretor Roberto Rossellini se apaixonaram. “Minha mãe pagou um grande preço por seguir seu espírito aventureiro”, diz Isabella.

Grávida de Rossellini e ainda casada com seu primeiro marido, Ingrid foi atacada pelos guardiões da moral norte-americana. “Ela se tornou persona non grata nos EUA e não voltou ao país por dez anos”, afirma Isabella.

A estrela continuou trabalhando e viveu em Paris e Londres até sua morte, aos 67 anos, em 1978, por câncer de mama.

“Minha mãe era encantadora. Espero ter herdado dela a leveza de espírito e a bondade”, diz Isabella, que também recomenda o documentário “Eu Sou Ingrid Bergman”. O longa usa diários da atriz, filmes e entrevistas para mostrar como a estrela era uma mulher que sempre seguiu suas convicções.

ONDE VER (preços e disponibilidade nos serviços de streaming consultados no dia 10 de setembro)

EU SOU INGRID BERGMAN (2015)

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Ingrid Bergman e Humphrey Bogart em cena do clássico "Casablanca" - Divulgação

CASABLANCA (1942) 
“Este é um dos filmes mais românticos de todos os tempos, com uma química enorme entre minha mãe e Humphrey Bogart”, afirma Isabella. Uma química, que segundo ela, acontecia apenas nas telas. “‘Eu o beijei, mas não o conhecia’, escreveu minha mãe em sua autobiografia, falando sobre o trabalho com Bogart, que era muito reservado no set”, diz a filha da estrela. A trama de “Casablanca” é conhecida: dois antigos amantes, Ilsa e Rick, se reencontram nesta cidade do Marrocos, em plena Segunda Guerra Mundial.

ONDE VER
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Ingrid Bergman em cena de "À Meia-Luz", filme com o qual recebeu seu primeiro oscar - Divulgação

À MEIA-LUZ (1944) 
O filme deu a Ingrid Bergman seu primeiro Oscar de melhor atriz (a estrela ganhou mais dois em sua carreira). Na trama, ela é Paula, uma jovem mulher que volta para sua casa, onde sua tia foi morta anos atrás. Paula está casada, e seu marido, Gregory, guarda um segredo. Para preservá-lo, ele faz de tudo, até tentar levar a jovem à loucura. “O longa lida com um assunto ainda muito presente hoje: o abuso às mulheres, principalmente o psicológico”, analisa Isabella. “Charles Boyer (Gregory) é um abusador ‘encantador’ e uma jovem Angela Lansbury mostra sua presença poderosa na tela”, diz a filha de Ingrid sobre os companheiros da estrela no filme.

ONDE VER
iTunes: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)

A atriz Ingrid Bergman e o diretor Alfred Hitchcock no set de "Interlúdio" - Divulgação

INTERLÚDIO (1946) 
Ingrid Bergman fez três longas com Alfred Hitchcock. “Interlúdio” é o preferido de Isabella. “Minha mãe atua da melhor maneira possível e o filme é incrível”, diz a atriz. Na trama, que se passa no pós-guerra, Ingrid é a filha de um espião alemão cooptada pelo serviço secreto americano para desbaratar uma rede de simpatizantes nazistas na América do Sul, mais precisamente no Rio de Janeiro. Ingrid e Hitch, como ela o chamava, eram bons amigos, segundo Isabella. “Ele costumava dizer sobre a dedicação de minha mãe à atuação: ‘Ingrid leva os filmes mais a sério do que a vida’”, diz Isabella. “Minha mãe dizia que Hitch levantou seu espírito.”

ONDE VER
NOW: R$ 3,90 (aluguel)

Ingrid Bergman em cena de "Stromboli", filmado em uma ilha na Itália - Divulgação

STROMBOLI (1950) 
“Meus pais se apaixonaram e fizeram cinco filmes e três filhos (eu sou um deles). ‘Stromboli’ é o primeiro longa dos dois juntos”, comenta Isabella sobre o encontro de Ingrid com Roberto Rossellini, mestre do neo-realismo italiano. Na trama, Ingrid é uma refugiada que se casa com um pescador e vai morar na ilha Stromboli, na Itália. Logo começam a aparecer as diferenças entre o casal. “Fico comovida ao ver como ambos começaram a fazer filmes experimentais, descobrindo novas narrativas e misturando estilos de documentário e longa-metragem”, diz Isabella sobre os pais. “Minha mãe, sem maquiagem, ao lado de verdadeiros pescadores, é extraordinário.”

ONDE VER
Sesc Cinema em Casa (sesc.digital/home): grátis

A atriz em sequência de "Sonata de Outono", do diretor Ingmar Bergman - Divulgação

SONATA DE OUTONO (1978) 
O último filme de Ingrid Bergman foi uma iniciativa da atriz. “Ela escreveu ao diretor Ingmar Bergman (eles não eram parentes), sugerindo que ambos, suecos conhecidos internacionalmente, trabalhassem juntos”, conta Isabella. O cineasta escreveu então a história de uma pianista de sucesso que negligencia a família em razão de sua carreira. “Mamãe, em sua vida real, fora acusada disso. Ela brigou muito no set, argumentando a favor das mulheres terem carreira e não serem consideradas mães ‘ruins’”, conta Isabella. “Quanto a mim, sinto-me apenas grata. Ela abriu um caminho para muitas outras mulheres que amam trabalhar”, diz.

ONDE VER
Telecine Play: grátis para assinantes

Hanuska Bertoia

50 anos, é formada e pós-graduada em jornalismo. Gosta de ver filmes em qualquer plataforma (TV, celular, tablet), mas não dispensa uma sala de cinema tradicional.

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