Manifestantes protestam contra morte de autônomo na zona leste de SP
Homem de 40 anos foi morto em suposta troca de tiros com policiais após assassinato de PM
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Moradores da comunidade Zorrilho bloquearam um trecho da avenida José Pinheiro Borges, por volta das 15h30 desta quarta-feira (23), ao lado do shopping Itaquera (zona leste da capital paulista). O protesto foi organizado para questionar a morte do autônomo Edilson Francisco da Silva, 40 anos, ocorrida na madrugada de terça-feira (22), em uma suposta troca de tiros com a PM, dentro do barraco onde ele morava.
O protesto durou aproximadamente duas horas, quando foi dispersado por policiais militares, com o uso de gás de pimenta. Ninguém se feriu.
Amigos de Silva afirmam que ele teria sido morto com ao menos cinco tiros no peito em uma suposta represália pela morte do soldado da Polícia Militar Jossimar da Silva Concessor, 33. O agente foi baleado quando realizava um patrulhamento na favela, segundo a PM.
Uma amiga de Silva afirmou ao Agora que Concessor teria abordado alguns jovens, quando eles estariam supostamente vendendo drogas em uma viela da favela. Segundo a testemunha, os suspeitos fugiram, sendo perseguidos a pé pelo soldado. Teria sido neste momento que o PM acabou sendo baleado. Enquanto Silva era encaminhado ao hospital Santa Marcelina, onde morreu, o parceiro de Concessor pediu reforços segundo apurou a reportagem.
Testemunhas também dizem que, entre 3h e 4h, ainda de terça, policiais militares teriam entrado na favela com o intuito de localizar o responsável pela morte do soldado. “Foi aí que a polícia cometeu um erro. Não sei o motivo, mas policiais entraram no barraco do Edilson e mataram ele à queima-roupa, com cinco tiros no peito”, disse a amiga do autônomo.
Não foi informado pela polícia se alguma arma foi apreendida na casa do autônomo.
Tanto o PM morto como o autônomo foram sepultados nesta quarta, respectivamente nos cemitérios do Araçá e da Vila Formosa. O soldado estava na corporação há quatro anos e dez meses, era casado e deixa duas filhas, de 3 e 9 anos. O autônomo era solteiro e deixa uma filha de 15 anos.
Resposta
A SSP Secretaria da Segurança Pública, gestão João Doria (PSDB), afirmou que “todas as circunstâncias” relacionadas às duas mortes são investigadas pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) e também pela própria PM, por meio de um IPM (Inquérito Policial Militar).
“A equipe do DHPP apreendeu armas [sem especificar de quem] e outros objetos relacionados às ocorrências. As diligências continuam e, assim que finalizados, os laudos periciais serão encaminhados à autoridade responsável”, diz trecho de nota.