Artista Eduardo Kobra inaugura mural de 33 metros em prédio da região do Minhocão
Já conhecido por seus trabalhos grandiosos, ele terminou o trabalho em duas semanas
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O artista Eduardo Kobra, 45 anos, finalizou esta semana mais um de seus murais em São Paulo, desta vez na região do Minhocão, na zona oeste da cidade.
A obra, das mais emblemáticas e autobiográficas de sua carreira, foi idealizada e concretizada após um período de dificuldades pessoais que incluíram problemas de saúde e o falecimento de seu bebê recém-nascido.
Tudo isso, aliado aos adiamentos e cancelamentos de trabalhos em virtude da pandemia do coronavírus, levou Kobra ao que ele chamou de “fundo do poço”. “Esse mural mostra justamente a minha própria mão sendo resgatada pela mão de Deus desse lugar onde eu estava. Essa lama, esse fundo do poço que eu não conseguia sair de jeito nenhum, totalmente depressivo nestes últimos meses”, disse.
O mural, que está localizado na empena (parede lateral) de um prédio na rua Traipu, 50, tem 33 metros de altura por 7 metros de largura e levou duas semanas para ficar pronto.
Quem passar por lá, porém, nos próximos dias, ainda poderá ver Kobra trabalhando em alguns retoques. “Em muitos dos meus murais, mesmo depois de prontos, passo para observar se há algum detalhe a ser aperfeiçoado. E, claro, tem sempre algo mais a ser trabalhado.”
Se o tempo chuvoso der uma trégua na capital, o muralista também poderá ser visto em ação em suas outras obras, que passarão por processos de restauração. Com o novo projeto, chamado “A arte de Conservar”, Kobra e sua equipe se utilizarão de novas técnicas para garantir que os murais resistam mais à deterioração pela passagem do tempo.
O primeiro será “A lenda do Brasil”, feito em homenagem ao piloto Ayrton Senna, que está em um prédio da rua Consolação, 2608, esquina com a avenida Paulista, entre as regiões central e oeste da cidade. Na sequência, seguem na revitalização o “Oscar Niemeyer”, também na região central (avenida Paulista), e o “Etnias – todos somos um”, no Boulevard Olímpico, no Rio de Janeiro.
Entre os novos projetos também está a criação do Instituto Kobra, através do qual o artista pretende ajudar crianças carentes. “Estou na fase final de documentação e acho que vou conseguir colocar em prática tudo aquilo que tenho dito e pensado. Com pouquíssimas oportunidades, talentos da periferia acabam se envolvendo no mundo do crime e das drogas. Acho que podemos mudar isso e fazer a diferença. Será uma porta aberta, 100% idôneo e transparente, para que as pessoas que queiram colaborar tenham, através deste canal, a possibilidade de mudar vidas”, disse.