De carro, evangélicos fazem Marcha para Jesus em SP

Ao contrário de anos anteriores, evento foi organizado em forma de carreata na capital paulista nesta segunda

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

A 28ª edição da Marcha para Jesus na cidade de São Paulo mudou o seu formato nesta segunda-feira (2). Por causa da pandemia de Covid-19, o trajeto entre o parque do Ibirapuera (zona sul) e o pavilhão do Anhembi (zona norte) foi feito por meio de uma carreata. Nos anos anteriores, os fiéis seguiam a pé da região central da capital até a praça Heróis da FEB, também na zona norte.

Ao todo, seis trios elétricos acompanham a carreata com apresentação de bandas evangélicas e cantos de louvor. Ao fim do percurso, foi realizado um show no modelo drive-in dentro do pavilhão do Anhembi. Aproximadamente 1.500 veículos teriam estacionado para a apresentação.

Público acompanha de dentro de seus veículos show em palco montado dentro do Pavilhão do Anhembi (zona norte da capital paulista), nesta segunda-feira (2), durante a Marcha de Jesus - Folhapress

Organizador da marcha, o apóstolo Estevam Hernandes, da igreja Renascer em Cristo, afirma que a carreata foi a solução encontrada para viabilizar o evento mesmo em tempos de pandemia. "A gente crê que, ao final, a dimensão da marcha [neste ano] vai ser maior do que era. Vamos fazer tipo live", avalia Hernandes.

Na opinião do líder religioso, outro diferencial da edição de 2020 é o caráter solidário do ato. "Na pandemia, estamos vendo a fome e o desespero das pessoas. Por isso estamos arrecadando os alimentos", acrescenta.

A professora Eliane Galera, 58 anos, afirmou que participa da marcha todos os anos. "Minha mãe, de 80 anos, foi curada de um câncer e prometeu que, enquanto tiver vida, virá marchar. Vim acompanhá-la, mas não vamos assistir ao show."

O evento começou por volta de 13h e a organização estimou um total de 30 mil veículos. A concentração começou às 10h no estacionamento da Assembleia Legislativa, onde foi feito um ponto para o recebimento de doações de alimentos. O objetivo era arrecadar 10 mil cestas básicas, que serão distribuídas para a comunidades no dia 19 de dezembro.

Marcha para Jesus, que neste ano tem um formato diferente, com uma carreata solidária percorrendo as ruas da cidade. - Ronny Santos/ Folhapress

O instrutor teórico Walter Vilar, 56 anos, doou 20 cestas básicas. Ele acompanhou a carreata ao lado da mulher e avalia que o novo formato não diminui a fé dos participantes. "O povo tem que declarar que Jesus é salvador", completou.

"Se é para ter mais cuidado com a saúde das pessoas, é melhor assim", afirmou a dona de casa Nádia Bachmann, 40 anos, sobre a mudança na marcha em 2020.

Participação de políticos

Diferentemente de anos anteriores, não há, até o momento, a confirmação de que haverá discursos políticos, segundo a assessoria de imprensa do evento. Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro esteve no ato e foi o primeiro presidente em exercício a participar da marcha.

O prefeito Bruno Covas (PSDB) esteve na concentração, no início da tarde, mas ficou no local por menos de dez minutos e não fez discursos.

O chefe do Executivo municipal elogiou o novo formato do evento e citou benefícios gerados pela marcha, como a geração de renda, ocasionada pela vinda de turistas, e o trabalho social. "[A marcha] celebra a diversidade que temos aqui e o respeito a toda a comunidade evangélica da cidade de São Paulo", acrescentou.

Do lado de fora da concentração, cabos eleitorais promoviam atos em favor de três candidatos a vereador: Gilberto Nascimento Jr. (PSC), Marcelo Aguiar (DEM) e Eduardo Tuma (PSDB), que atualmente é o presidente da Câmara Municipal.

Parte dos militantes ignorou os protocolos de prevenção contra o novo coronavírus. Houve aglomeração de pessoas e algumas estavam sem máscara. Questionado, Tuma disse que a orientação é para que os apoiadores sigam as normas sanitárias.

"Esse é o direito democrático dos candidatos. Eu gostaria que não tivesse essa bandeirada, mas não podemos impedir", disse o apóstolo Hernandes.

Durante a carreata, vários veículos tinham adesivos dos candidatos citados, além de bandeiras do Brasil.

Notícias relacionadas