Hospital na zona sul de SP abre com 11 meses de atraso e 25% da capacidade
Unidade de Santo Amaro teve desistência de organização social gestora no fim das obras
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Com 11 meses de atraso, a Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), abriu nesta quinta-feira (5) o Hospital Integrado Santo Amaro. A unidade municipal da zona sul passou a funcionar com apenas 25% da capacidade de atendimento e sob um contrato de administração emergencial.
O HISA foi inaugurado ainda sem oferta de leitos de UTI, internação e centros cirúrgicos. O funcionamento integral está previsto para 25 de janeiro de 2021.
Nesta primeira fase apenas consultas médicas, de especialidades e exames de apoio diagnóstico estão sendo feitos no novo hospital, e somente para quem tem encaminhamento médico efetuado pela UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santo Amaro --a meta no futuro é de atender 60 mil pessoas ao mês.
O prédio de 13 andares --apenas três deles estão sendo usados por enquanto-- fica na rua Adolfo Pinheiro, próximo à estação de mesmo nome da linha 5-lilás do metrô.
O hospital municipal está sendo administrado pela organização social de saúde INTS (Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde) por meio de um contrato emergencial. Isso porque a antiga gestora responsável pelos equipamentos de saúde nas regiões de Santo Amaro e Cidade Ademar, a Associação Congregação de Santa Catarina, não renovou o contrato com a prefeitura após cinco anos.
A OS chegou a receber repasses dos cofres municipais, como o Agora mostrou em dezembro do ano passado, mês previsto para inauguração, segundo a própria gestão Covas. Foram ao menos R$ 28 milhões destinados antes mesmo de o hospital começar a funcionar. Outras unidades tiveram o mesmo problema.
Foi aberto chamamento emergencial de seis meses. O INTS tornou-se responsável pela gestão do local desde 1º de outubro.
Nesta quinta, a reportagem esteve no hospital. Não havia pacientes na recepção, apenas seis atendentes e seguranças.
Resposta
A prefeitura, gestão Bruno Covas (PSDB), diz em nota que os valores repassados são monitorados pela Coordenadoria de Parcerias e Controle de Serviços de Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde que controla a parte fiscal e financeira dos contratos de gestão.
A administração admitiu que houve repasses para a compra de equipamentos e contratação de RH, mas, diante do atraso na entrega do imóvel, não foi cumprido o cronograma inicial destes repasses.
Desta forma, a gestão Covas diz que valores repassados e não utilizados serão devolvidos aos cofres da pasta posteriormente, conforme contrato.
Sobre o hospital de Santo Amaro, a prefeitura afirma que quando ele estiver totalmente funcionando serão 90 leitos para internação. Até lá, devem estar contratados 463 profissionais, sendo 240 médicos.
"O equipamento conta com atendimento em 15 especialidades clínicas: endocrinologia, reumatologia, oftalmologia, cardiologia, mastologia, otorrinolaringologia, urologia, vascular, ortopedia, proctologia, gastroenterologia, neurologia, dermatologia, pneumologia e hematologia. Também será oferecido atendimento em nove especialidades cirúrgicas nas áreas de oftalmologia, ginecologia, ortopedia, cirurgias geral e pediátrica, entre outras", diz trecho da nota.
A oferta, diz, será aumentada gradualmente. Na segunda quinzena de novembro, por exemplo, começam as pequenas cirurgias. No início de dezembro, será feita a transferência da UPA Santo Amaro para o prédio. E, no fim de janeiro de 2021, está prevista a entrega total do equipamento de saúde.
A Associação Congregação de Santa Catarina, que ficou responsável pelo Hospital Integrado Santo Amaro durante praticamente todo o período de obras, diz não ter usado o dinheiro repassado para investimento em virtude da não entrega do imóvel por parte da prefeitura em tempo hábil. Dessa forma, o equipamento de saúde voltou a ficar disponível para a Secretaria Municipal da Saúde após o encerramento do contrato de gestão.
Ainda de acordo com a nota, a organização social de saúde afirma já ter prestado contas a respeito dos recursos de custeio do projeto à Prefeitura.
O Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS) não respondeu aos questionamentos da reportagem.