Polícia investiga possível falha humana em acidente que matou 41 no interior de SP
Delegada de Taquarituba responsável pelas investigações afirma trabalhar com possibilidade de homicídio culposo, quando não há intenção de matar
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A polícia investiga se uma falha humana teria provocado o acidente entre um ônibus e um caminhão, que matou 41 pessoas por volta das 6h30 desta quarta-feira (25), na rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, região de Taquarituba (328 km de SP).
“O que temos de concreto é que tudo indica que não foi falha mecânica”, afirmou a delegada Camila Rosa Alves, titular da Seccional de Taquarituba e que responde pela investigação sobre o acidente no interior paulista.
Os enterros em Itaí (287 km de SP), onde morava a maioria das vítimas, ocorreram entre a madrugada e a manhã desta quinta-feira.
A policial disse ainda trabalhar com a possibilidade de homicídio culposo (sem intenção), com base nos elementos levantados pela investigação até o momento. “Apuramos se o ônibus estava acima da velocidade, mas para termos convicção, precisamos de provas documentadas”, explicou.
A suspeita de que o coletivo estava acima da velocidade é embasada em depoimentos colhidos informalmente até agora pela polícia com sobreviventes, inclusive o motorista do ônibus.
Para constatar sobre as investigações, a polícia aguarda resultados de exames periciais, feitos no tacógrafo de ambos os veículos envolvidos na colisão.
Além disso, a Polícia Científica avalia as marcas de pneus deixadas no asfalto, após o acidente. “Uma certeza que temos é a de que o ônibus invadiu a pista contrária. Falta agora saber as circunstâncias em que isso aconteceu”, acrescentou a delegada seccional.
Segundo ela, há duas versões sobre o acidente. Em uma delas, o motorista do ônibus alega que iria fazer uma manobra de ultrapassagem e tentou frear sem sucesso, pelo fato de os freios do veículo terem falhado.
Já a outra versão é a de um caminhoneiro que trafegava em baixa velocidade em frente ao ônibus onde estavam as vítimas. Em uma curva, o condutor deste caminhão afirma ter ouvido o barulho da colisão, logo atrás dele, com a outra carreta.
“Com base nos resultados da perícia saberemos se algum dos motoristas teve culpa”, acrescentou a delegada se referindo aos condutores dos dois veículos envolvidos no acidente.
A policial acrescentou que o motorista do caminhão envolvido no acidente tinha CNH (Carteira Nacional de Habilitação), mas não era habilitado para dirigir veículos de grande porte. Ele está entre os mortos do acidente.
O ônibus que se envolveu no acidente não possuía registro para o transporte de passageiros, acumulou infrações recentemente e rodava ilegalmente havia mais de um ano. O veículo levava funcionários de uma indústria têxtil.
De acordo com a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), a empresa Star Fretamento e Locação Eireli EPP, responsável pelo ônibus envolvido no acidente, não possuía o registro e operava de maneira ilegal desde 11 de outubro de 2019. A reportagem não conseguiu contato com responsáveis pela empresa.
O acidente foi um dos mais graves já registrados em rodovias no estado.