Covas defende aumento no próprio salário e diz que teto do funcionalismo está "defasado"

Prefeito de São Paulo afirmou em entrevista que defasagem faz cidade perder servidores com vencimentos mais elevados

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O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), defendeu nesta segunda-feira (28) o aumento de 47% em seu próprio salário a partir de 2022 e afirmou que o teto do funcionalismo municipal está "defasado". As declarações foram dadas em entrevista à GloboNews.

Serão reajustados em 2022 os salários do prefeito, Bruno Covas (PSDB), do vice, Ricardo Nunes (MDB), e dos secretários municipais - Eduardo Knapp -29.nov.2020/Folhapress

O reajuste foi aprovado em duas votações na Câmara Municipal e sancionado no último dia 24, véspera de Natal. O aumento também atinge o vice-prefeito e os secretários municipais. Com a medida, o salário do prefeito passa de R$ 24 mil para R$ 35,4 mil. A oposição entrou na Justiça para tentar barrar o aumento.

"O salário do prefeito é o teto do funcionalismo. O teto do funcionalismo está congelado desde 2013, quando nós tivemos o último reajuste. Durante esse período de oito anos, a inflação foi algo em torno de 60 a 100%, dependendo do valor que é considerado. O salário mínimo aumentou nesse período 68%. O valor dos salários dos professores na rede municipal aumentou 80%", comparou Covas.

Segundo o prefeito, a defasagem é ruim para a cidade porque algumas carreiras do funcionalismo municipal, como os auditores fiscais, recebem pelo teto. Sem o reajuste, diz, Covas, esses profissionais começam a "se preparar para concursos para ir trabalhar no governo federal ou em outros governos municipais e estaduais". "E nós vamos perdendo esses servidores", acrescentou.

O tucano disse ainda que o projeto aprovado é somente "autorizativo", e, segundo ele, "não amplia de forma automática o salário do prefeito, do vice e dos secretários". "Nós só vamos fazer isso em 2022, caso a pandemia já tenha passado", assegurou.

Covas disse ainda que, caso o reajuste não fosse aprovado agora, só poderia ser votado após quatro anos, já que esse tipo de projeto só pode ser sancionado para o exercício seguinte. "Então, nós ficaríamos 12 anos com esse valor defasado."

Volta às aulas

Na entrevista à GloboNews, o prefeito não deu uma data para o reinício das aulas na rede municipal de ensino de São Paulo. "Enquanto a Vigilância Sanitária não apontar que é o momento adequado para o retorno às aulas, nós não vamos autorizar", afirmou.

Covas informou que já está sendo aplicada na cidade uma prova para verificar se o conteúdo passado nas aulas a distância está sendo absorvido pelos alunos da rede. Ele disse ainda que, no ano que vem, após a autorização da volta presencial das aulas, os estudantes terão no contraturno aulas para reforçar o que foi passado no ano letivo de 2020.

Vacinação contra a Covid

O prefeito criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela inexistência de um plano de vacinação contra a Covid-19. "Mais de 40 países já iniciaram a vacinação e o presidente com uma declaração de que as empresas que precisam procurar o Brasil para poder ofertar a vacina."

"Eu lamento que, mais uma vez, a gente vê o presidente que partidarizou, politizou o vírus, também partidarizando e politizando a vacinação. Esse é um tema técnico, deveria estar sendo conduzido pelo Ministério da Saúde para poder orientar os governos estaduais e municipais" acrescentou Covas.

Por fim, o prefeito disse que a capital "está pronta" para a vacinação. "Nós já compramos os insumos, já temos mapeados 3 mil pontos que podem ser utilizados na cidade de São Paulo como pontos de vacinação. Já coordenamos isso com a Guarda Civil Metropolitana e com os profissionais da área da saúde", garantiu.

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