Terminal Rodoviário do Tietê, em SP, fica cheio e com passageiros sem máscaras

Apesar do movimento intenso, fluxo é inferior ao esperado para essa época do ano

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São Paulo

Às vésperas do Natal, o terminal rodoviário do Tietê, na zona norte da capital paulista, registrou movimento inferior ao que se costumava ver nessa época do ano. Porém, mesmo com menos gente, houve pontos de aglomeração de passageiros nesta quarta-feira (23). Alguns deles estavam sem máscara.

A reportagem esteve na rodoviária no início da tarde e ficou no local por cerca de meia hora. Nesse período, 21 pessoas foram vistas circulando dentro do terminal sem máscara ou utilizando o item de maneira errada, com a boca e o nariz expostos. Alguns desses passageiros estavam próximos a funcionários da segurança, que não os abordaram para pedir que usassem o protetor corretamente.

Outro problema é a falta de álcool em gel: nas áreas de circulação, foram vistos poucos locais com a substância para higienização. Entretanto, as empresas de ônibus oferecem o produto em seus balcões de venda de passagens.

O distanciamento social, outra medida recomendada para evitar a disseminação do novo coronavírus, também não foi respeitado. O espaço com mais pontos de aglomeração é o salão de embarque. No momento em que a entrada nos ônibus é liberada, não é feito um controle para que o acesso ao veículo seja feito aos poucos, o que acaba gerando agrupamento.

Também há focos de aglomeração na parte externa do terminal, onde os passageiros ficam para aguardar táxis ou motoristas de aplicativo. Adesivos foram espalhados pelo chão da rodoviária para demarcar as posições, mas isso não é respeitado.

A gestora de ONG Thaís Silva, 35 anos, que chegou de Atibaia (64 km de SP), afirmou que esperava que o movimento fosse maior, justamente por causa da proximidade com o Natal. "Pelo que vi, o pessoal está usando máscara, mas ninguém está respeitando o distanciamento", diz a jovem, que teve Covid-19 no mês passado. "Inclusive, acredito que peguei em um aeroporto", disse.

Opinião parecida é a da compradora Joceane Souza, 54 anos. "A maioria das pessoas na rodoviária usa máscara, mas poucas, efetivamente, mantêm distanciamento ou usam o álcool em gel disponibilizado nos guichês e pelo terminal." Ela veio de Vitória (ES) e, em São Paulo, pegará um voo para Florianópolis (SC).

A estudante Gabriela Barbosa, 20 anos, mora em São Paulo, mas faz faculdade em Botucatu (238 km de SP). Na opinião dela, as viagens de fim de ano devem piorar a situação da Covid-19. "Acho que a questão da doença vai ficar mais crítica."

Congonhas

No aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, o movimento nesta quarta-feira também foi bastante inferior ao dos anos anteriores. Na comparação com o Tietê, mais pessoas usavam máscara, mas também foi possível ver passageiros usando o item incorretamente.

Perto das áreas de embarque e desembarque, a situação estava tranquila, com pouca gente. Os pontos de aglomeração foram vistos no espaço destinado ao check-in, com algumas filas em frente aos balcões das companhias aéreas.

A massoterapeuta Milene Vidigal, 32 anos, foi ao aeroporto para buscar a irmã, que veio do Rio de Janeiro. "Eu esperava mais gente, já que estamos perto do Natal e do Ano-Novo", admitiu.

No aeroporto de Guarulhos, na Grande SP, a movimentação foi intensa. Passageiros usavam máscara, mas sem distanciamento social.

Outro lado

Em nota, a Infraero, que administra o aeroporto de Congonhas, informa que tem "adotado as orientações de distanciamento social e uso de máscara". Diz ainda que as recomendações para prevenção contra a Covid-19 são sinalizadas por mensagens audiovisuais. A empresa diz ter criado medidas para evitar aglomerações nos momentos de embarque nas aeronaves.

Para este ano, a Infraero espera que o aeroporto de Congonhas tenha um movimento 56% menor do que o registrado entre 18 de dezembro de 2019 e 4 de janeiro 2020, quando o terminal recebeu 1,08 milhão de passageiros.

A Socicam, que administra os terminais rodoviários de São Paulo, diz que seus funcionários "realizam rondas frequentes e buscam orientar os passageiros para evitar aglomerações". A empresa reforça que emite avisos sonoros e visuais e que demarcou pisos e acentos para garantir o distanciamento.

Sobre a área de pré-embarque, a Socicam orienta aos passageiros que se dirijam ao local somente 15 minutos antes da viagem e que, em caso de esperas mais longas, permaneçam no mezanino.

"Vale destacar que os procedimentos de embarque e desembarque, na porta das plataformas, são realizados pelas empresas de ônibus, também responsáveis por oferecer apoio e orientação aos passageiros. Desde o início da implantação dos protocolos de segurança contra a Covid-19, as viações também foram instruídas a realizar o controle e alertar sobre o distanciamento entre as pessoas nas possíveis filas em guichês e procedimento de embarque", acrescenta a administradora dos terminais.

A empresa não informou quantos passageiros utilizaram as rodoviárias da capital paulista neste fim de ano.

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