Promessas de ano novo exigem planejamento e conhecimento

Metas podem ser feitas a qualquer momento e virarem motivo de comemoração ou frustração

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São Paulo

Estudar algo novo, quitar uma dívida, sair do aluguel ou parar de fumar são apenas alguns exemplos dos desejos que podem acompanhar a virada de ano. De 31 de dezembro para 1º de janeiro, é comum que algumas pessoas façam promessas para o novo ano. No entanto, para ter mais chances de realizar, além de desejar, é importante planejar.

Para Marcelo Alves dos Santos, psicólogo e professor doutor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas, as promessas feitas neste período estão em expectativas e em um contexto de renovação com a virada. “O novo traz aquela sensação de que tudo pode ser diferente”, diz. Ele comenta que há um certo misticismo e superstição neste período, em que há rituais como usar determinada cor ou fazer algo no mar, por exemplo.

Seja na virada ou em qualquer outro momento do ano, Santos comenta que os planos podem ser feitos, mas devem ser acompanhados de planejamento. Rooke lembra que a promessa deve partir da própria pessoa, e não ser uma cobrança de terceiros. A promessa e seu planejamento devem ser “um compromisso com a suas vontades e desejos” afirma.

Os psicólogos recomendam fazer planos realistas, flexíveis e possíveis de serem alcançados. É essencial que a rotina tenha tempo suficiente para cumprir aquela meta, sem gerar um acúmulo de tarefas. Dependendo da situação, a condição financeira também deve ser avaliada.”Fazer desejos é bom, vai mover a nossa vida, mas também é preciso ficar aberto a coisas novas”, diz Mayse Itagiba Rooke, psicóloga e professora doutora da Universidade Anhembi Morumbi.

Segundo os psicólogos, promessas não realizadas podem ser motivo de frustração ou ansiedade caso a pessoa se cobre muito ou não saiba lidar com uma determinada situação. Rooke comenta que também há pessoas que são inseguras e acabam enrolando para evitar uma eventual falha. “Elas jogam isso cada vez mais para o futuro porque acham que quando parar para fazer a meta, vai ser ruim”, explica.

Em situações que envolvem dependência, como tabagismo ou alcoolismo, Santos explica que o processo de mudança vai além da vontade da própria pessoa. Neste caso, pode ser necessário procurar auxílio de profissionais.

Para os psicólogos, além de pensar no passo a passo, vale começar pelas metas mais simples e priorizar as metas mais importantes para a pessoa.

Avalie no que vai insistir por mais um ano

Quem não conseguiu concluir todos os planos da virada anterior, pode pensar em adicionar aquela meta na lista deste ano.

O psicólogo e professor Marcelo Alves dos Santos lembra que “requentar” uma promessa também exige se reorganizar. “Se faço da mesma forma de antes, a probabilidade de não dar certo é grande”, diz.

Santos explica que as promessas que vão trazer satisfação pessoal merecem ser repetidas. Ele exemplifica com uma pessoa que esteja cansada da profissão e queira fazer outra faculdade para mudar de área. Já outras podem não ter tanta prioridade ou serem feitas em qualquer outro momento, como uma viagem que não seja muito importante. Ao mesmo tempo, é preciso ter em mente que “quanto maior o objetivo, maior será o desgaste se não realizá-la”.

A psicóloga Mayse Itagiba Rooke sugere questionar o motivo da meta não ter sido realizada. Entender se foi por causa da pandemia, se realmente deseja insistir e se aquilo não é uma cobrança de alguém ou da sociedade são fatores importantes para considerar.

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