Voltaire de Souza: Não temos culpa

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Voltaire de Souza

Números. Medo. Incompetência.
O Brasil chega à marca de 250 mil mortos pela Covid.
Em Brasília, a reunião corria normal.
Alguém deu a ideia.
—Vamos fazer alguma declaração sobre isso?
O general Perácio fez cara séria.
—Primeira coisa, tem de ver direitinho.
—Como assim, general?
—Quem disse que a causa foi a Covid?
Ele explicava.
—Há uma série de fatores.
Os ministros ouviam em silêncio.
—Obesidade. Tabagismo. Coração.
Foi amargo o seu sorriso.
—Aí, põem a culpa no Covid.
Ele começou a se exaltar.
—Ou melhor, em nós!
—Injustiça, né, general.
—A Covid é inocente. E nós também.
—Só falta o caso ir parar no Supremo…
—Haha. Prender o vírus.
—Duvidou, eles fazem isso.
O assessor Guarany trouxe uma planilha.
—General, isso pode ajudar.
Eram os dados da vacinação.
Seis milhões de pessoas.
—Olha aí. E ainda querem mais?
Ele fazia os cálculos.
—Duzentos e cinquenta mil mortos, seis milhões de vacinados.
A conclusão foi eufórica.
—Estamos ganhando de goleada, pô.
Perácio encerrou a reunião.
—E ainda reclamam.
A realidade é como uma vacina.
Sempre tem quem decide não tomar.

A Covid-19 já matou mais de 250 mil brasileiros em um ano - Pexels

Notícias relacionadas