Média diária de enterros na capital paulista aumenta 15,4% no primeiro bimestre
Números comparam os enterros ocorridos em janeiro e fevereiro com o mesmo período de 2020, antes da pandemia
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A média diária de enterros em cemitérios públicos na cidade de São Paulo aumentou 15,4% nos dois primeiros meses deste ano comparado ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Serviço Funerário de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB).
Em 2020, foram realizados 184 sepultamentos por dia na capital entre janeiro e fevereiro, período que antecedeu a chegada da pandemia do coronavírus. Já em 2021, com a Covid-19 espalhada pela cidade, a média subiu para 213 nos dois meses correspondentes.
De acordo com especialistas, a curva de mortes por Covid-19 pode refletir no aumento desse número de sepultamentos. "É um indicador de que a coisa está aumentando. Em outubro já alertávamos sobre isso. Tivemos o Natal, Ano-Novo, férias e agora temos esse impacto”, disse Paulo Lotufo, professor de Clínica Médica da USP.
“São números preocupantes, pois evidenciam que o impacto da doença na sociedade é grande e o risco para os indivíduos não pode ser subestimado”, completou o infectologista Renato Grinbaum.
O Serviço Funerário do Município de São Paulo é responsável pela gestão e administração de 22 cemitérios municipais, um crematório, 12 agências de contratação de serviços funerários e 114 salas de velórios, distribuídos em todas as regiões da capital. Além disso, fiscaliza 20 cemitérios particulares.
De acordo Sindisep (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), são cerca de 250 sepultadores ligados à prefeitura. Desses, 130 estão atuando e 120 afastados por pertencerem ao grupo de risco. Outros 170 são contratados de forma terceirizada pela prefeitura. Segundo o sindicato, sepultadores, motoristas, velocistas e cremadores ligados ao município já receberam a primeira dose da vacina e estão equipados com EPI (Equipamento de Proteção Individual).
Os cemitérios de Vila Formosa (zona leste), São Luiz (zona sul), Vila Nova Cachoeirinha (zona norte), Dom Bosco (zona norte) e São Pedro (zona leste) compõem a lista das unidades com mais demandas no período. Juntos, os cinco espaços de enterros registraram uma média de 91 sepultamentos diários nos dois primeiros meses deste ano.
De acordo com o sindicato, no próximo dia 22 de março está previsto para acabar o contrato de prestação de serviço dos 170 sepultadores terceirizados firmado com a autarquia. “Em alguns cemitérios pode faltar sepultador, pois o pessoal também adoece ou falta. Seria preciso ter mais”, afirmou o secretário de comunicação do Sindisep João Batista Gomes.
Resposta
Em nota, a Prefeitura de São Paulo, por meio do Serviço Funerário do Município de São Paulo, diz que a cidade permanece dentro da média histórica de sepultamentos, que é de 240 em meses de verão e 300 nos de inverno.
Além disso, disponibiliza equipamentos de proteção, como máscaras, macacões, luvas e botas aos sepultadores da autarquia. Já a aquisição e distribuição dos equipamentos de proteção para terceirizados são de responsabilidade da empresa contratada.
Sobre o fim do contrato com a empresa terceirizada, a Prefeitura diz que está em fase final de licitação e análise de recursos para novas contratações de sepultadores.