Voltaire de Souza: Está faltando camomila
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Luta. Esperança. Mobilização.
O machismo ainda é uma realidade no Brasil.
Era Dia Internacional da Mulher.
Terezinha era militante.
—Desde 1980.
Era fundo o seu suspiro.
—E nunca estivemos tão mal.
As notícias não param.
—Esse deputado que apalpou a colega…
Ela deu um sorriso triste.
—Não vão fazer nada com ele?
Enquanto isso, uma pergunta continua no ar.
Quem matou a vereadora Marielle?
Terezinha acendeu o fogo para fazer um chá.
—Se nem o apalpador eles prendem…
A água começou a ferver.
—Imagine os assassinos.
Dois saquinhos de camomila.
—Se não, eu acabo sem dormir.
A noite avançava nos altos do Jardim Juçara.
O livro de contos caiu das mãos de Terezinha.
Ela ouviu passos se aproximando da suíte.
—Haha. Tudo OK?
—Presidente Bolsonaro?
—Chega de mimimi, Terezinha.
—Gostou da minha maquiagem?
—Como assim, presidente?
—Pode me chamar de Jaília.
Veio a explicação.
—Fiz a cirurgia. Mudei de sexo. Em sua homenagem.
—Mas…
—Continuo melhor que a Dilma. Não acha?
Terezinha acordou gritando.
A realidade assusta.
Mas os sonhos, por vezes, também trazem seus perigos.