Voltaire de Souza: A buzina não perdoa

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Voltaire de Souza

Susto. Impacto. Renovação.
A política é mesmo uma caixinha de surpresas.
Agora, querem lançar o Danilo Gentili para a Presidência.
Irene não conseguia acreditar.
—Aquele humorista?
O marido dela se chamava Ronaldo.
—O que é que tem?
—Mas isso não pode ser sério.
O sr. Ronaldo sorriu com superioridade.
—Melhor um humorista que um palhaço.
Irene estranhou.
—Mas você não gostava do Bolsonaro?
—Faltou coragem, Irene.
—Para quê, Ronaldo?
—Fechar o Congresso. Implantar as reformas.
—Que reformas, Ronaldo?
—Discutir política com mulher… perda de tempo.
A quarentena ia causando desgaste no casal.
—Quarentena, uma ova. Nunca obedeci.
Ele se orgulhava.
—Continuo jogando polo aquático na piscina do condomínio.
A noite chegou com um sonho estranho.
Batidas na porta.
—Vacinação VIP. A domicílio. Posso entrar?
Ronaldo destravou a porta.
O velho Chacrinha apareceu. Em vez da seringa, a famosa buzina.
—Chega, Ronaldo. É muita desafinação. Sai do programa.
Na UTI, a voz do comerciante tenta sair pelo tubo.
—Quero uma segunda chance… deixa eu tentar de novo.
É triste.
Mas a vida não tem replay.

O ator Stepan Nercessian interpreta Chacrinha no filme "Chacrinha: O Velho Guerreiro" - Suzanna Tierrie/Divulgação

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