Em evento de vacinação, Ricardo Nunes diz que seguir trabalhando é forma de homenagear Bruno Covas

Quadro clínico do prefeito, internado para tratar um câncer, é considerado irreversível pela equipe médica

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São Paulo

Em ação para marcar a aplicação de 4 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 na manhã deste sábado (15), o prefeito em exercício de São Paulo, Ricardo Nunes, afirmou que a manutenção da agenda é uma forma de homenagear o prefeito Bruno Covas, internado no Hospital Sirio-Libanês para o tratamento de um câncer. Na noite de sexta (14), a equipe médica anunciou que seu quadro clínico é irreversível.

"O que ele [Bruno Covas] sempre nos orientou e cobrou da gente, mesmo quando teve essa última internação, foi que a cidade não parasse, que cuidasse das pessoas. A equipe tem seguido e continuará seguindo as orientações do prefeito", disse Nunes em coletiva na escola Dona Chiquinha Rodrigues, no Campo Belo, zona sul. O local é um dos mil pontos abertos no sábado para o Dia D da vacinação contra a gripe.

Nunes estava visivelmente emocionado enquanto falava com a imprensa e deixou a escola chorando. Ele assumiu a prefeitura interinamente no dia 2, quando Covas anunciou que licenciaria do cargo para cuidar de sua saúde.

Segundo Nunes, a informação mais recente que recebeu sobre o estado de saúde de Covas é a que divulgada na noite de sexta. O texto divulgado informava que ele estava sedado e com a família. Os dois se viram pela última vez na quinta (13), mas Nunes diz que conversou com o prefeito também na sexta por telefone e mensagens.

Presente na ação, o secretário Municipal de Educação, Fernando Padula, também se emocionou ao falar do prefeito. "Eu conheço o Bruno há 30 anos. Ele ficaria muito bravo com a gente se cancelasse essa agenda."

Titular da Saúde, o secretário Edson Aparecido destacou a trajetória recente de Covas. "O Bruno enfrentou a pandemia, a doença, uma campanha eleitoral de cabeça erguida. A melhor homenagem, e ele quer que seja assim, é trabalhar e cuidar da população."

Dia D da vacinação contra a gripe na capital

Iniciada em 12 de abril, a vacinação contra o vírus da gripe atingiu apenas 20,6% do público-alvo na cidade de São Paulo. A baixa adesão —755 mil pessoas foram vacinadas— "é uma preocupação", segundo o secretário da Saúde, e levou a prefeitura a promover o Dia D desta imunização neste sábado.

De acordo com Aparecido, a opinião técnica da Secretaria da Saúde é de que a cobertura vacinal foi prejudicada porque a população tem receio de ir aos locais para receber o imunizante e eventualmente se expor ao coronavírus.

"É muito importante tomar a vacina contra a Influenza porque é uma maneira de se proteger a mais", afirma o secretário.

A vacinação contra a gripe acontece exclusivamente em escolas para evitar aglomeração de pessoas, já que a vacinação contra a Covid-19 está em andamento nas unidades de saúde.

A segunda fase da vacinação contra a gripe, iniciada na terça (11), tem como público-alvo pessoas com 60 anos ou mais e profissionais da educação. A orientação é de que os imunizantes contra o coronavírus e contra a gripe não sejam tomados juntos, e de que a vacina contra a Covid-19 seja priorizada. O intervalo ideal entre as duas é de 14 dias.

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