Casos de Covid-19 em junho já superam os de abril no estado de SP
Ao todo, 358.208 novas infecções da doença foram confirmadas nos 23 primeiros dias de junho, contra 341.713 do mesmo período do mês apontado como o pior da pandemia
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O mês de junho nem acabou ainda, mas o estado de São Paulo já tem números de casos superiores aos de abril passado, considerado o pior da pandemia de Covid-19.
Ao todo, foram 358.208 novas infecções da doença até esta quarta-feira (23), contra 341.713 casos registrados entre 1 a 23 de abril.
A taxa de ocupação dos leitos de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) no estado é de 78,3% e na Grande São Paulo, de 73,8%. Na capital paulista, a taxa estava nesta quinta-feira (24) em 66%.
A média diária de mortes é de 570, índice 21% maior do que o registrado há 14 dias. Os óbitos estão em tendência de alta há uma semana.
Apesar de reconhecer que houve aumento do indicador de casos por 100 mil habitantes, o secretário estadual de Saúde,Jean Gorinchteyn, disse em entrevista na última quarta que os dados não refletem a realidade atual, já que, segundo ele, estão sendo calculados números de semanas anteriores.
Preocupante
Para o imunologista da Faculdade Presbiteriana Makenzie, Jan Carlo Delorenzi, os novos números da pandemia preocupam. Segundo ele, entre os médicos especialistas, a previsão anterior era de atingir 500 mil mortes no país somente em setembro e não na primeira quinzena de junho. “Calculamos isso com base na taxa e velocidade de infecção. Mas a existência de novas cepas e outras variantes que estão surgindo contribuíram para isso”, disse.
E a tendência é piorar com a chegada das férias de inverno no Brasil, segundo Delorenzi. “Junte-se a isso, a falta de cuidados das pessoas que parecem estar com sensação de imunidade, não a conferida pela vacina", afirma. "Mas muitos acham que não precisa de máscara, pode aglomerar.”
O especialista diz que esse aumento em casos e mortes é porque o vírus está circulando mais na população economicamente ativa, que ainda não foi imunizada. “Na população mais idosa, o número de casos e mortes caiu e isso prova que se entre 85% e 90% da população for vacinada, ai se terá segurança para voltar à vida normal", enfatizou.
João Prats, infectologista do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, disse que esses números não só preocupam como podem continuar subindo nos próximos meses. “O ritmo de vacinação tem de ser ampliado e acelerado para conter o vírus”, disse.
Enquanto isso não acontecesse, segundo Prats , é preciso seguir rígidas regras de circulação e ampliar a testagem rápida até nas ruas. “Assim se saberá onde está tendo maior circulação do vírus e atacar pontualmente”, explicou.
Os dois especialistas também concordam que o foco agora tem de ser na população economicamente ativa, com campanha de conscientização e de proteção e ainda vacinação em massa o quanto antes.