Grávida não precisa mais de atestado para tomar vacina contra Covid na cidade de SP
Medida ocorre após acordo com a Defensoria Pública e atinge também mães que tiveram filhos recentemente na capital paulista
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Gestantes e puérperas (mães que tiveram filhos em até 45 dias) não precisarão mais apresentar atestado médico para serem vacinadas contra o novo coronavírus na cidade de São Paulo. Até então, era obrigatório mostrar um documento com pedido do médico para a imunização contra a Covid ser feita nos postos de saúde da capital paulista.
A medida foi adotada após recomendação do Nudem (Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres da Defensoria Pública) enviada à Prefeitura de São Paulo na última semana.
A mudança consta no site da Secretaria Municipal da Saúde, que diz que "todas as gestantes e puérperas do município de São Paulo poderão dirigir-se às UBS (Unidades Básicas de Saúde para imunização com as vacinas Coronavac ou Pfizer". O uso da AstraZeneca não é recomendado pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária). Na ausência dessas vacinas, diz a pasta, o posto de saúde precisa criar uma lista de espera.
A secretaria da gestão Ricardo Nunes (MDB) cita o ofício da Defensoria Pública
De acordo com as defensoras públicas Paula Sant’Anna Machado de Souza e Nálida Coelho Monte, coordenadoras do Nudem, ao longo dos últimos meses houve alterações nas normativas acerca da vacinação de gestantes e puérperas.
"Em que pese a orientação estadual no sentido de priorização deste grupo, a Secretaria Municipal de Saúde da capital estava exigindo um relatório médico para que essas mulheres pudessem se vacinar", diz a Defensoria, em nota.
No entanto, segundo o documento enviado, essa exigência era desnecessária e acabava por aumentar a desigualdade na vacinação de mulheres "que se encontram em uma mesma situação de gestação e puérperio".
"Essa exigência dificultava o acesso à vacina em um país desigual e racista como o Brasil. Assim, mulheres pobres e/ou negras que não possuem contato com médicos/as de forma imediata, e são as maiores usuárias do Sistema Único de Saúde, ficavam prejudicadas", disse a a defensora pública Nálida.
Na recomendação, a Defensoria Pública apontou, ainda, que há diversas entidades nacionais e internacionais que se posicionaram no sentido de não haver evidências de que a vacinação em gestantes e puérperas possa causar prejuízos ao desenvolvimento fetal ou a gestação.
A secretaria cita posicionamento técnico da Sogesp ( Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado e São Paulo) para dizer que todas as grávidas e puérperas podem ser vacinadas.