Voltaire de Souza: A lei é nossa

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Voltaire de Souza

Vírus. Contágio. Prevenção.
No Brasil, a pandemia faz a festa.
O capitão Morretes acendia um cigarro.
—Mania essa de quarentena.
Ele seguia o pensamento do presidente Bolsonaro.
—Chefe a gente obedece.
E a mensagem é clara.
—Máscara é para maricas.
Morretes fez cara séria.
—Todos devem ter liberdade de abrir seu próprio negócio.
Ele já estava gritando.
—Que história é essa de fechar o comércio?
Os coturnos se apoiaram sobre o tampo da mesa.
—Liberdade, pô.
Morretes analisava os relatórios.
—Cada governador é mais comunista do que outro.
Ele apagou o cigarro.
—Proibir aglomeração… onde já se viu.
Era triste o seu sorriso.
—Querem até punir o Pazuello.
O celular tocou com insistência.
—Sim. Claro. Positivo.
As ordens vinham como rajadas de metralhadora.
—Manter a lei. É essa a nossa missão.
Morretes preparou a metralhadora e a coleção de pistolas.
—Onde é que é essa manifestação contra o Bolsonaro?
Deram as indicações.
—Não pode aglomerar. É óbvio.
Ele saiu pisando firme.
—Vamos cumprir a lei. Nem que seja matando uns comunas.
Leis são como injeção.
Têm dia certo para aplicar.

A balança é atribuída ao significado de justiça - Pexels

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