Saiba por que a diverticulite fez o papa ser submetido a uma cirurgia

Pontífice teve que retirar parte do intestino após a inflamação causar um estreitamento no órgão

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

O papa Francisco, 84 anos, foi submetido a uma cirurgia no último dia 4 para tratar uma estenose diverticular, ocasionada após um quadro de diverticulite. A doença que acometeu o pontífice não é tão comum como se imagina, mas ocorre em pessoas com idade mais avançada, como é o caso do religioso. Segundo o Vaticano, ele passa bem após a cirurgia.

A estenose diverticular é um estreitamento do intestino. Isso ocorre quando os divertículos, espécie de pequenas bolsas, cicatriza após um quadro de diverticulite (inflamação ou infecção dessas bolsas).

Local da diverticulite - Arte Agora

"Os divertículos são como se fossem pequenas falhas na parede do intestino, que podem inflamar, e isso é a chamada diverticulite. Quando a pessoa tem uma diverticulite, o que pode acontecer depois é formar uma cicatriz. Aí o intestino fica mais estreito, causando a estenose, o que deve ter ocorrido com o papa Francisco", explica Natan Chehter, geriatra membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Os principais sintomas da estenose diverticular são constipação(intestino preso), dor abdominal, sangue nas fezes e febre. "Não é uma doença muito comum, mas no caso do papa, deve ter causado algum tipo de transtorno", diz Chehter.

Ilustração sobre diverticulite - Arte Agora São Paulo

De acordo com o Vaticano, o papa foi submetido a uma hemicolectomia, em cirurgia que durou aproximadamente três horas. Neste procedimento, é retirada uma pequena parte do intestino. A cirurgia já estava programada.

"Dependendo da localização, faz a cirurgia para tirar esse pedaço que está estreito e une as partes que estão sadias. Pode ser feita por vídeo ou por uma cirurgia aberta", explica o geriatra.

A cirurgia ocorre em menor proporção. O tratamento mais comum é com o uso de antibióticos. O paciente pode até ficar internado para receber a medicação.

Um quadro de estenose diverticular pode trazer consequências mais graves se o intestino for perfurado, liberando fezes para a cavidade abdominal, causando uma infecção generalizada que pode levar o paciente à morte.

Hábitos saudáveis são essenciais

Hábitos de vida não muito saudáveis aumentas as chances de a pessoa sofrer com uma diverticulite. E pode levar a quadros mais graves da doença.

"Tabagismo e obesidade são fatores que podem piorar o hábito intestinal da pessoa e favorecer a formação dos divertículos. É preciso evitar a diverticulite para não ter uma consequência a longo prazo", diz o geriatra Natan Chehter.

Para evitar transtornos mais graves causados pela diverticulite, o médico recomenda ao paciente ter hábitos intestinais saudáveis, como não ficar longos períodos com constipação, tentar minimizar a dificuldade que a pessoa tem para ir ao banheiro.

Frutas sem sementes, vegetais, cereais e pão integral são alimentos que ajudam a prevenir as inflamações dos divertículos. Também é fundamental beber bastante água ao longo do dia.
"O consumo de água e fibras é interessante, melhora a consistência das fezes", diz o geriatra.

Já com bolos e bolachas, ricos em amido, ocorre o contrário. O melhor é ter moderação.

Notícias relacionadas