Voltaire de Souza: Cada um tem sua hora
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Dúvidas. Escândalos. Investigações.
É a CPI.
Muita roubalheira nas vacinas.
Esta, pelo menos, era a opinião do senador Navarro.
Combativo parlamentar da oposição.
—Chegou a nossa hora.
A arguta jornalista Giuliana Bugiardi ouvia com atenção.
—Verdade, senador?
Navarro mostrou a pilha de documentos.
—Provas incontestáveis.
O sinal do plenário tocava com insistência.
—Opa. Opa. É a minha vez.
Navarro saiu apressado do gabinete.
—Estou carregando uma bomba.
O dossiê de plástico parecia vomitar formulários e planilhas.
—Vamos em frente.
O senador chegou esbaforido ao local da CPI.
—Minha hora de fazer perguntas.
Giuliana corria atrás.
—Senador. Senador. Um momento.
Navarro se virou.
—O que é?
—O senhor deixou cair este papel no chão.
—Ah. Obrigado.
—Parece que é um extrato bancário.
—É mesmo?
—Da sua conta na Suíça, senador.
—Hein? O quê?
Depósitos. Propinas. Tudo em dólar.
—Tem até doação de empreiteira, senador.
O papel foi arrancado das mãos da jornalista.
—Sem urgência. Depois você cuida.
Em matéria de corrupção, cada um tem sua hora.