Voltaire de Souza: Os muitos tons do vermelho
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Dívidas. Desemprego. Dificuldades.
Era difícil a situação de Dudu.
A conta no banco já tinha passado do vermelho.
—É a crise.
A mulher dele se chamava Naíra.
—Crise. Ah, tá bom.
Dudu já sabia.
—Vai começar a bronca.
A vida conjugal também tem suas CPIs.
—O que te afundou foi a internet.
Compras. Jogos. Apostas.
—Levo jeito para pôquer.
Ele tinha perdido dois mil na noite passada.
—Hoje eu recupero.
Dudu fazia as contas.
Tocou o telefone.
—Caramba. O Armandinho.
Era um conhecido agiota. Muito ativo no Jabaquara.
—Às dez ele liga de novo.
Ele suspirou.
—Depois, vem o gerente do banco.
A noite chegou com novas esperanças.
—De novo na internet, Dudu?
—Calma. Estou só vendo o noticiário.
Famoso serial killer é finalmente morto pela polícia.
A noite avançou com uma série de derrotas e dissabores.
Às três da manhã, veio o sonho estranho.
O gerente do banco aparecia de paletó e gravata.
Com uma faixa presidencial.
—Bolsonaro?
Atrás, vinha um segurança com uma pistola.
—Armandinho?
O veredito era um só.
—CPF cancelado.
Bandidos são mortos.
Mas, para muitos brasileiros, a caçada humana continua.